A recente vaga de problemas criados pelo governo, mais directamente pelo Ministério da Agricultura, relativamente a mais um grupo de precários, serve, na perfeição, para compreender exactamente de que fala a demagogia quando se refere à Mobilidade Especial.
O mais simples dos precários, mesmo o mais simplicíssimo dos precários, percebe que o regime de mobilidade especial teve como álibi a ideia de que, como se diz, à boca cheia (e ao cérebro vazio) , existem demasiados funcionários públicos em algumas (muitas) áreas.
Felizmente que a incompetência, a arrogância, a prepotência, a estupidez e até os defensores desta ideia, têm telhados de vidro.
A mobilidade especial foi criada simplesmente para precarizar a situação laboral, e a vida, de milhares de funcionários públicos, que já agora diga-se, deverão realizar trabalho válido e necessário para o estado, ou seja, para todos nós. Senão veja-se…
– Existe um número imenso de funcionários públicos disfarçados… são os avençados. Têm contractos precários, vidas precárias, e nunca sabem bem onde vão parar na próxima avença. Se é que vão parar a algum lado…
– São as próprias instituições públicas, organismos estatais, freguesias, câmaras municipais, etc, as primeiras a dizer que há restrições à contratação de efectivos, e que existe trabalho que tem de ser efectuado.
– O regime de mobilidade especial é criado para centenas, e rapidamente chegará aos milhares, de pessoas que são consideradas excedentárias, ou seja, estarão a mais.
– Mas, surpresa das surpresas, nesse regime são incluídos os avençados, porque são considerados “efectivos existentes”, ao mesmo tempo que se justifica a sua contratação com a “inexistência de pessoal”.
Isto resumido já parece o Prof. Marcelo: há pessoas a menos, contrata-se com avenças… afinal há pessoas a mais, mandam-se os trabalhadores pregar para outra freguesia… mas afinal dos afinais… incluem-se os avençados, que estão a trabalhar porque não há gente suficiente, mas a gente que não é suficiente tem de ir trabalhar para outro sítio porque aqui não fazem falta!!!!!
Era curioso, talvez até tivesse piada se fosse uma peça teatral, mas muito infelizmente não é.
rUImAIA







