Precariedade impede trabalhadores da Teleperformance de terem representação formal

A multinacional francesa Teleperformance, para a qual trabalham 5000 pessoas em Portugal, não consegue encontrar trabalhadores para participarem no seu Conselho de Empresa, uma estrutura pretensamente destinada à negociação entre patrões e trabalhadores. O facto de os trabalhadores a participar neste Conselho terem de ser efectivos é o principal obstáculo, já que 95% dos trabalhadores e trabalhadoras da Teleperformance em Portugal são precários.

teleperformance

A falsa alternativa que representa um Conselho de Empresa destes fica expressa à partida pelo facto de não admitir trabalhadores precários. Numa empresa que faz da precariedade a sua principal moeda de troca, pretender que os trabalhadores precários não estejam presentes num órgão supostamente representativo significa simplesmente que esse Conselho não será mais do que uma extensão curta da administração da empresa, incluindo para efeitos cosméticos alguns quadros intermédios, isto é, supervisores.

A empresa prestar-se à triste imagem de ter que assumir que não encontra representantes não precários em Portugal é um sinal não só da precarização máxima no trabalho para a Teleperformance, como de essa precarização não poder sequer ser cosmeticamente mascarada.

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