02 Março: Maré da educação conta com os estudantes | Que se lixe a Troika!

Via Que se lixe a Troika! O povo é quem mais ordena!

555765_221909421267311_438203484_n«(Texto de apelo à manifestação de 2 de Março, escrito por um grupo de dirigentes e activistas do ensino superior de todo o país)

Se analisarmos as tendências e os percursos recentes do Ensino Superior em Portugal, chegamos a conclusões relativamente simples: trata-se de um ajuste de contas com esse projeto imenso que era um Ensino Superior universal, gratuito, de qualidade e que fizesse parte de um projeto democrático e moderno para o país.
Contra mobilizações e boicotes estudantis gigantescos, introduziram-se as propinas que em cerca de 20 anos, tiveram um aumento absolutamente exponencial, tornando-se Portugal um dos três países com a propina mais cara da Europa. Este aumento brutal deu-se também nas propinas de 2º ciclo, que podem chegar hoje a mais de 20 mil euros.
Apesar de um alargamento do acesso às bolsas de estudo para compensar o aumento das propinas e a desresponsabilização na ação social indireta, os últimos anos têm sido marcados por uma redução geral do acesso a bolsas de estudo, que hoje se encontram aos mesmos níveis do início da década.
E, para acrescentar a isto, introduziram e densificaram os empréstimos bancários que abrangem hoje cerca de 12 mil estudantes que devem 200 milhões de euros à banca, as famílias têm uma crescente participação no financiamento da educação enquanto os estudantes são empurrados para trabalhos a part-time. O Estado tenta assim desresponsabilizar-se da sua função de garantir uma educação pública e universal para todos, dando-lhes como alternativa a precariedade ou a emigração.
A troika e os troikistas só pioraram o desenvolvimento destas políticas. Colocando os estudantes e os jovens a pagar uma dívida que não é sua e cortando no Ensino Superior para que se paguem os juros absolutamente agiotas, a troika, o seu governo e os partidos que estão comprometidos com a política austeridade (seja ela muito ou pouco inteligente), decidiram atacar profundamente o que restava do Ensino Superior Público. Propõe um aumento excecional das propinas, cortam profundamente o financiamento das intuições, vedam a entrada aos estudantes mais pobres e expulsam ou endividam os estudantes que já frequentam o Ensino Superior.
Só uma mobilização geral da sociedade que pare esta política pode dar instrumentos para que o Ensino Superior volte a estar no centro das políticas para uma democracia decente. Só com um movimento que pare a austeridade que nos sufoca, que corte na divida e nos seus juros, que demita este governo e que expulse a troika, é que pode corresponder uma movimentação estudantil que volte a colocar os pilares básicos do projeto democrático para o Ensino Superior: a universalidade, a gratuitidade, a qualidade e a democracia.
É por isso que nós, enquanto ativistas e dirigentes estudantis, de muitas cidades, associações de estudantes, coletivos e movimentos, apelamos à participação massiva dos estudantes nas mobilizações de dia 2 de Março.

Que se Lixe a Troika, queremos o Ensino Superior de volta!

João Mineiro (dirigente AEISCTE-IUL), Mariana Gomes (dirigente AE Esc.Superior Teatro e Cinema), José Miranda (dirigente AEFLUP), José Pereira (dirigente AAUL), André Pereira (Vice-Presidente Conselho Pedagógico do ISCTE, dirigente AEISCTE-IUL), Diogo Barborsa (Conselho Pedagógico FLUC), Gonçalo Pessa (ativista, coletivo economia sem muros), Tiago Ramalho (ativista Grupo de Estudos Políticos, UBI), Luís Martins (dirigente AEISCTE-IUL), Laura Diogo (ativista, artigo 74º), Leonor Carretas (dirigente, AE Esc.Superior Teatro e Cinema), Leonor Figueiredo (dirigente AEFLUP), Alexandre Carneiro (ativista, movimento 180), Lídia Pereira (ativista AACÇÃO), Inês Tavares (dirigente AEISCTE), João Cosme(ativista AACÇÃO), Luís Monteiro (dirigente AEFLUP), Jorge Mateus (ativista Grupo Estudos Políticos, UBI), Rute Simão (ativista, AACÇÃO), Adriana Albuquerque (AEISCTE-IUL), Frederico Pinheiro (ativista, ATTAC Portugal), Filipa Gonçalves (ativista Artigo 74), João Santos (AEISCTE-IUL), Rodrigo Rivera (ativista, artigo 74º), Vanessa Amorim (dirigente AEISCTE-IUL, Núcleo de Estudantes de Antropologia do ISCTE-IUL)»

Notícia DN aqui.

Maré da Educação da manifestação de 02 Março aqui.

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