1 em cada 2 desempregados não conta para as estatísticas
De acordo com os números divulgados no passado dia 4 de fevereiro pelo Instituto Nacional de Estatística há 534 mil pessoas sem emprego que não constam das estatísticas. Assim, aos 698,3 mil desempregados “oficiais” juntam-se estas pessoas fazendo com que a taxa de desemprego em sentido lato seja de 23,8% e não 13,5%, como dizem as estatísticas oficiais.
Estas 1,232 milhões de pessoas que estão desempregadas em sentido lato juntam, para além dos desempregados oficiais, somam-se 251,7 mil em situação de subemprego, 24,6 mil como inativos à procura de emprego e não disponíveis e 257,7 mil inativos disponíveis, que não procuram emprego.
Estes dados são consistentes com uma taxa de criação de emprego que não ultrapassa os 0,5%, o que implica que quase não há empregos na economia; e com part-times involuntários de menos de 4 horas diárias que ocupam, mas não empregam, milhares de pessoas.
A taxa de desemprego subiu bastante (5,6%) face ao trimestre anterior e não se vê a retoma que Pedro Mota Soares e Pires de Lima têm apresentado.
Notícia Dinheiro Vivo aqui.
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Só eu conheço várias pessoas que não contam certamente para as estatisticas. Só na minha zona, umas 5, do meu grupo de amigos/conhecidos. As idades são entre os 20 e os 35. Não estão inscritos no IEFP. Porque não vale a pena estarem. Um vive de biscates ocasionais, outro idem, outro vai vivendo entre os 50 ou 100 euros aprox como freelancer, outro inscreveu-se no IEFP nunca o chamaram para mais do que banais reuniões desistiu, vive com a ajuda dos pais, outro anulou a inscrição, e eu porque no IEFP não há nada, rigorosamente nada que se adeque ás minhas necessidades. Por isso creio que vamos ser cada vez mais a não contar para as estatisticas. Desistiremos de procurar emprego. Porque procurar emprego é ridiculo, humilhante e deprimente, desistiremos de procurar emprego. A vida passará. As rugas chegarão enquanto assistimos aos nossos sonhos morrer porque não temos qualquer poder sobre as nossas vidas. O corpo deixará de ser capaz de responder e os problemas de saúde já não vão deixar viver qualquer tipo de aventura, viagem ou sonho. O médico passará então o atestado e com alguma “sorte” (ironia) consegue-se uma parca e miserável reforma. É como esperar pela morte. Este é o futuro de muitos em Portugal: a vida morrerá lentamente na poeira dos sonhos roubados pelo desemprego fruto do CRIME que foi cometido contra nós enquanto procurávamos trabalhar e alcançar a felicidade.