15,3% de desemprego: quando "recorde"e "histórico" são eufemismos

Soube-se ontem que a taxa de desemprego foi de 15,3% em Março (eurostat). Portugal fica assim com a medalha de bronze do desemprego na UE, apenas atrás da Espanha e da Grécia, dois países que também estão a ser afectados por medidas de austeridade brutais impostas pelos seus governos.

Os números do Instituto Nacional de Estatística, que apenas lança dados trimestralmente, ainda se mantêm nos 14% de taxa de desemprego.

A média do desemprego da zona euro é de 10,9% e na UE é de 10,2%, o que significa que há na Europa mais de 24,8 milhões de pessoas desempregadas, 1,2 milhões só em Portugal.

O aumento do desemprego no nosso país voltou a fazer-se sentir com mais intensidade nos mais jovens, pois cerca de 36,1% não têm emprego.

Como sabemos, tanto o Eurostat como o INE não consideram nestas estatísticas as pessoas que, na semana anterior ao inquérito, cumpriram um dos seguintes critérios: (1) Ter efectuado trabalho pelo menos de uma hora, mediante o pagamento de uma remuneração , em dinheiro ou em espécie; (2) Ter um emprego, embora não estando ao serviço, bastando manter uma ligação formal com o emprego; (3) Estar na situação de pré-reforma, mas encontrando-se a trabalhar no período de referência.

Assim, podemos já estar próximos de uma taxa de desemprego próxima dos 18% se contabilizarmos os desencorajados.

A situação é a prova de que o regime de austeridade é um falhanço e que estamos hoje muito pior. Com o desemprego tão alto falarmos em “recorde” ou em “número histórico” é já não dizermos nada sobre este assunto. Precisamos de exigir um caminho contrário ao que cria desemprego.

Notícia Público.

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