1º de Maio: Combate a pandemia das precariedades
Lisboa | 14h | Concentração no Lg. Intendente (evento aqui)
Porto | 14h | Pç. Palestina (evento aqui)
Vivemos tempos singulares que reivindicam a ação como única possibilidade para um futuro digno e sustentável. A pandemia e a crise sanitária fizeram colapsar todos os outros pilares essenciais, mas tão precários na nossa sociedade – desde a saúde à habitação, da cultura à educação, dos direitos laborais às necessidades humanas mais básicas. Também tornou visível os trabalhos essenciais à nossa vida coletiva, pessoas que não puderam parar, pois sem elas tudo pára: as mulheres da periferia que vêm todas as madrugadas para os centros urbanos limpar os escritórios das grandes empresas, as pessoas que tratam da limpeza urbana enquanto a maioria dorme, da alimentação aos transportes, a quem trabalha em hospitais, lares, escolas, e tantas e tantos outros.
Mas há o outro lado, o de quem teve de parar e ficou sem proteção. Somos também milhares de pessoas que ficaram sem emprego, fruto da precariedade instalada que nos impinge o falso recibo verde, a falsa bolsa, o falso estágio, o falso contrato a prazo ou temporário, a plataforma virtual ligada à ideia falsa de que é apenas um ponto de encontro entre necessidades e desejos. Todo um sistema que nos coloca à margem dos direitos que nos são devidos e nos nega a proteção social quando dela tanto necessitamos.
Todo um sistema que falhou e continuará a falhar às pessoas, um sistema que se funda na exploração dos corpos e do planeta onde habitamos. As nossas vidas têm de estar à frente dos lucros alheios. Reclamamos os cuidados como um direito social, os direitos laborais como pilar inalienável, um processo de transição justa como prioridade. Há milhares de empregos que podem ser criados e nos são tão necessários.
Sabemos que não basta recuperar a produção e o emprego para superar esta crise, necessitamos mudar o rumo. Sair desta crise passa imperativamente por responder a todos estes problemas, estas são as prioridades, o Governo tem de responder às urgências do presente – com apoios sociais que respondam às pessoas, com a garantia de que as necessidades básicas são asseguradas – ao mesmo tempo que traça estratégia para o futuro.
Juntamo-nos à força do 1º de maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, na contínua luta contra esta lógica de exploração, sabendo que esta se manifesta de diferentes formas, que adia a vida e nos rouba presente e futuro. Seguimos com a convicção que só combatendo todas as formas de exploração e opressão conseguiremos ter vidas dignas e um futuro coletivo.
Junta-te a nós!