2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade

O FERVE – Fartas/os d’Estes Recibos Verdes – surgiu no Porto há cerca de dois anos, com o objectivo de denunciar situações de uso abusivo de recibos verdes e debater esta realidade laboral. Os ‘falsos recibos verdes’, expressão que este movimento espalhou, atingem quase 1/5 dos trabalhadores e trabalhadoras em Portugal.
Após 2 anos a expressão ‘falsos recibos verdes’ está ganha, mas a sua realidade persiste, a precariedade alastra no país e Portugal regista a mais alta taxa de desemprego dos últimos anos. Mas sabemos que falar de precariedade é muito mais do que falar de falsos recibos verdes, são também os milhares de trabalhadores que prestam funções permanentes e têm contratos a prazo e/ou estão mediados por empresas de trabalho temporário que lhes roubam parte do salário, entre outras formas de precariedade. Dois anos após a primeira parada MayDay – que teve este ano a sua terceira edição e pela primeira vez decorreu também no Porto – e o surgimento do FERVE, entre outros movimentos (os Precários Inflexíveis nasceram também por esses dias), estes trabalhadores explorados e sem qualquer tipo de direitos criaram identidade, reconhecem-se como precários e dão passos importantes para a sua auto-organização.

O FERVE assinala estes anos de luta com a edição de um livro que é um contributo para a reflexão que todos precisamos fazer após este percurso, onde se cruzam testemunhos de vidas precárias, reflexões de activistas, intervenções de investigadores/as, jornalistas e sindicalistas que nos permitem pensar o futuro juntos e de um modo mais alargado:

– Carvalho da Silva: Secretário Geral da CGTP-IN
– Henrique Borges: Sindicato dos Professores do Norte e membro da CGTP
– Elísio Estanque: Sociólogo
– Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
– Castro Caldas: Economista – Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
– Sofia Cruz: Socióloga – Faculdade de Letras, Universidade do Porto
– Ana Maria Duarte: Socióloga – Centro de Estudos Sociais, Universidade do Minho
– São José Almeida: jornalista do Público- Sandra Monteiro: jornalista do Monde Diplomatique
-Alexandra Figueira: jornalista
– Regina Guimarães: escritora
– valter hugo mãe: escritor
– Tiago Gillot: Precários Inflexíveis
– José Soeiro: Sociólogo e activista do MayDay
– Luísa Moreira: activista do MayDay
– Luís Silva: activista do MayDay

São 130 páginas que contam com testemunhos de trabalhadores/as a recibos verdes, ilustrados por Catarina Falcão, Chico, Gémeo Luís, Isabel Lhano, João Alves, Luís Silva, Paulo Anciães Monteiro, Rui Vitorio dos Santos.

Apelamos à participação de todos no lançamento deste livro:


15 de Setembro :: terça-feira :: 22h00 :: FNAC do NorteShopping :: Porto.

A esta sessão seguir-se-ão outras em Coimbra, Braga e Lisboa que anunciaremos também aqui. Finalmente os precários saem do armário. Sai tu também!
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