25 de Abril sempre!

Há 2 dias atrás milhares de pessoas voltaram à Avenida da Liberdade em Lisboa para festejarem o 25 de Abril. Milhares de vozes juntas gritaram: “25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!”. Mas também se ouviram palavras de ordem contra o FMI e contra a precariedade.

O 25 de Abril é isso mesmo. É a celebração de um momento histórico na nossa história recente. É a evocação de uma memória colectiva de participação democrática de todas as pessoas. Em 1974 foi claro o que levou as pessoas à rua: a democracia e o fim do fascismo que se prolongava há 40 anos.

Mas 37 anos depois ninguém que desce a Avenida observa o 25 de Abril como uma data morta. Pelo contrário, há hoje, como nunca, mais e mais motivos para sair à rua e exigir democracia, direitos, serviços públicos, justiça e responsabilidade.

Com o FMI e a Comissão Europeia a negociarem uma “ajuda” externa que irá, como fez na Grécia e na Irlanda, penalizar quem menos tem e oferecer mais dinheiro aos bancos que o jogaram no casino dos mercados financeiros, é hoje, mais uma vez, necessário que se façam escolhas duras e corajosas sobre o que queremos.

Durante a manifestação, os movimentos de trabalhadores precários trouxeram para a rua uma proposta concreta e popular para enfrentar a crise: a Lei contra a precariedade. Os precários conhecem a crise há muito tempo e sabem que a sua situação de instabilidade económica e profissional é o verdadeiro défice. Por isso, uma a uma, interpelámos milhares de pessoas que contribuíram com a sua assinatura, com a sua voz, para terminar com a precariedade.

É também isso que é e foi o 25 de Abril.

Foto: Patrícia Prata

Ricardo Santana

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