254 precários despedidos na Autoeuropa
A Autoeuropa anunciou o despedimento de 254 precários, contratados através de empresas de trabalho temporário (ETT). Mas para a Autoeuropa este não é um sinal negativo para a empresa. Carmo Jardim, porta-voz da Volkswagen Autoeuropa, assegura que esta situação “não deve ser interpretada como sinal de dificuldades ou risco de viabilidade da fábrica”, definindo-a como “corrente”, enquadrando estes despedimentos numa “gestão optimizada de recursos humanos“.
Carmo Jardim diz ainda que “a Volkswagen Autoeuropa recorre a serviços de empresas de trabalho temporário para suprir necessidades que, como o próprio conceito enuncia, são temporárias e, logo, transitórias”. Está frase é uma formulação interessante, digna das melhores técnicas de marketing. Este porta-voz já aprendeu a lenga-lenga, sem dúvida. Mas o suposto carácter “temporário” das necessidades que levam estas grandes empresas a subcontratar trabalho através das ETT’s é cada vez mais permanente. A triste notícia por trás deste despedimento colectivo, é que ele é hoje mais fácil que nunca e é descrito como “dispensa de temporários”, designação com uma leveza que só interessa aos patrões. É isto a precariedade: menos salário, poucos ou nenhuns direitos, uma enorme fragilidade para quem assim trabalha e ainda uma legitimação (legal, mas não só) para os patrões despedirem ou fazer outras tropelias.
Vale a pena anotar as palavras de Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, que, comentando este caso, defendeu que a precariedade vai continuar a ser uma realidade enquanto não houver “mudanças de fundo em relação às grandes políticas”, acrescentando que “a precariedade no emprego, também aqui se demonstra, nunca resolve coisa nenhuma, apenas agrava as condições e o que há a fazer é uma luta solidária o mais possível para que os trabalhadores sejam protegidos, sejam todos protegidos o mais possível” (notícia aqui).
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