“Esta inflexibilidade é das boas e a sua convicção vencedora” | Fernando Alvim sobre os Precários, 2º aniversário da Associação
Neste mês de Julho a Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis assinala dois anos de existência, depois de 5 anos como movimento social Precários Inflexíveis. No total são 7 anos de combate sem tréguas à precariedade. Foram anos muito intensos onde, em conjunto com muitos precários, desempregadas, ativistas sociais e políticos, cidadãos nas ruas e em locais de trabalho, conseguimos intervir e afetar positivamente a vida de milhares, através das mais variadas ações.
Neste segundo aniversário pedimos contributos a várias pessoas com quem nos temos cruzado nos últimos anos, que têm trabalhado connosco ou que se têm debruçado por temáticas que nos são caras. Começamos hoje a publicar estes textos e convidamos todos e todas a juntarem-se a nós, neste sábado no Mob- Espaço Associativo para a festa de aniversário da associação.
Evento FB aqui.
Fernando Alvim – Radialista e humorista:
«Diz-se quem em Portugal as pessoas estão muito resignadas e não vão para a rua e que se acomodaram há muito e que perderam toda e qualquer esperança em mudar o estado actual das coisas. Não é verdade, a luta dos precários inflexíveis é disso exemplo e como qualquer luta- sobretudo neste domínio – parece-me que ela não pode nunca terminar. Até porque mesmo que as coisas se resolvessem de uma vez – e nunca se sabe! – seria necessário obviamente uma feroz vigilância para que não se voltasse à situação do passado. Mas o problema, é que ainda estamos no passado, ainda estamos na situação do passado e os precários inflexíveis querem presente e futuro que eu bem sei. O nome é duro, se não os conhecesse não sei se os convidaria para irem jantar lá a casa com medo que entrassem munidos de archotes e pesados martelos de aço – mas conhecendo-os – e eu conheço alguns – sei que esta inflexibilidade é das boas e a sua convicção vencedora. Parabéns por estes dois anos, espero que continuem unidos e que afastem a precariedade e o desemprego de forma definitiva, o mais tardar, para a semana. Parabéns!»
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