360 mil pessoas à espera do subsídio
Falha informática, argumenta o Ministério do Trabalho, atrasou o processamento das prestações.
A maioria dos desempregados ainda não recebeu o subsídio de desemprego referente ao mês de Março. Um atraso que, apurou o DN junto do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, está a afectar cerca de 360 mil pessoas. O gabinete da ministra Helena André justifica a situação com um “problema informático no processamento dos subsídios”.
No entanto, para a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGTP-IN), este é o resultado visível da política do Governo para a função pública, que levou à “saída em massa” de trabalhadores para a reforma, fazendo com que a administração deixe de ter capacidade de resposta e acabe a degradar os serviços que presta, pois por maior e melhor tecnologia que exista, esta para funcionar ainda necessita de mão humana.
O Governo no entanto recusa esta hipótese, fonte do gabinete da ministra Helena André diz a que houve um “problema informático” que gerou “um atraso de um dia” no processamento dos subsídios de desemprego. Mas que, “atendendo aos procedimentos necessários para as transferências bancárias, esse dia de atraso acabou a traduzir-se em vários.
Os serviços do ministério estimam que tenham sido “360 mil beneficiários afectados” por este atraso, o que corresponde a 64,17% do total de desempregados registados nos centros de emprego. No total, são 561 315 as pessoas inscritas em todo o País, de acordo com os dados mais recentes disponíveis no Instituto do Emprego e Formação Profissional, referentes ao mês de Fevereiro.
O gabinete de Helena André sublinha, no entanto, que os subsídios de desemprego não têm data certa para serem pagos. “Há que ter em conta que não há data fixa para o pagamento dos subsídios de desemprego, embora façamos um esforço para criar uma rotina. As únicas prestações sociais que têm data fixa de pagamento são as reformas”, argumenta. O certo é que os desempregados recebem, habitualmente, num dia certo do mês.
Para Maria do Carmo Tavares, esta situação “é de todo inaceitável“, porque as pessoas “têm um determinado rendimento e precisam dele para sobreviver“. A dirigente sindical considera que a política do Governo para o sector administrativo do Estado “tem sido devastadora” e tem levado os trabalhadores a “preferirem reformar-se de imediato, mesmo sabendo, em muitos casos, que acabam a ter perdas de rendimento de 25, 30 ou até 40%”. Só do Centro Nacional de Pensões, afirma, foram embora 300 pessoas. “É a devastação total, porque os que saem não são substituídos e as pessoas que ficam estão a ser violentadas e sujeitas a um stress imenso“, defende.
Fonte: DN
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