45% da riqueza em Portugal pertence a 1% da população, a austeridade piorou tudo
De acordo com um estudo de Philip Vermeulen, entre 1 a 5% da população portuguesa detém cerca de 45% de toda a riqueza. O estudo, que não se limitou, mas também incide sobre Portugal, analisa dados do BCE, acessíveis apenas a investigadores, e conclui, ao confrontar os resultados com o ranking da Forbes com o inquérito do BCE, que este último falha porque os dados dos escalões mais altos, por conterem informação mais sensível, são frequentemente “aldrabados”. (Notícia aqui).
O movimento Occupy que nos últimos anos levantou o problema das desigualdades de rendimento nos Estados Unidos da América mobilizava-se porque o 1% mais rico tinha 34% da riqueza do país, ora a conclusão deste estudo é que na Alemanha, na Áustria e em Portugal a concentração de rendimentos é 20% superior.
Apesar destes resultados indicarem uma desproporção de rendimentos e riqueza muito acima da média em Portugal, o governo cortou totalmente o financiamento aos melhores centros de investigação sobre migrações e desigualdade, alegando que eram assuntos “esgotados”.
Thomas Piketty estudou recentemente a questão do rendimento e da riqueza no livro “Capital do século XXI” e concluiu que desde os anos 80 do século passado, nomeadamente com as iniciativas dos governos de Tatcher e Reagen, as desigualdades aumentaram a um ritmo assombroso podendo hoje ser comparadas às do século XVIII.
As medidas de Passos, com a ajuda do FMI e da Comissão Europeia, quais Robin dos Bosques ao contrário, levaram a cabo várias medidas que mais não foram que uma transferência descarada de rendimentos do trabalho para o capital. A aceleração das desigualdades é a marca da austeridade e onde a situação já era crítica hoje é assustadora.
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