Worten faz “despedimentos express” em Espanha
A multinacional portuguesa Worten, pertencente ao grupo Sonae, despediu os 15 trabalhadores da sua loja em Albacete em apenas 30 minutos. Sem aviso prévio, às 9h30 da manhã do passado dia 28 de Setembro, convocou os trabalhadores para uma reunião a realizar apenas meia hora depois. A direcção da empresa, vinda de Portugal para o efeito, anunciou liminarmente que a loja iria encerrar e o despedimento destas pessoas. A central sindical Comissiones Obreras (CCOO) considera, em comunicado, esta conduta da empresa “intolerável” e diz que só é possível devido às últimas reformas laborais.
A situação é ainda mais grave porque os responsáveis da Worten aproveitaram as alterações à legislação laboral para chantagear os trabalhadores. Embora sabendo que não havia fundamento, a empresa redigiu cartas com “despedimento express” devido ao baixo rendimento dos trabalhadores. Sentindo-se protegida por um quadro legal de grande agressividade contra quem trabalha, ameaçou os trabalhadores que não aceitassem esta carta de despedimento com cortes de mais de metade do valor das indemnizações.
José Luis Fernández, secretário-geral da Federação de Comércio, Hotelaria e Turismo da CCOO em Castilla-La Mancha, declarou que “a CCOO considera intolerável a forma de proceder da multinacional portuguesa, e denuncia que estas atitudes patronais são consequências das últimas reformas laborais, deste Governo e do anterior, que estão a deixar a cada vez mais indefesos os trabalhadores perante as arbitrariedades das empresas”.
Este caso demonstra bem a forma implacável como o patronato, em particular as empresas de grande dimensão e com grandes lucros, aproveita as ofertas que os governos lhes estregam com a chamada “liberalização” das leis laborais. Chantagem e lei da selva. Esta empresa, com muitos trabalhadores em Portugal, sabe bem que por cá é para fazer o mesmo. É isso que explica a sangria de salários e direitos no comércio, cada vez mais um mundo sem regras e em que a precariedade ilegal é a regra.
Ver notícias: locais (El Pueblo de Albacete e Finanzas.com) e também por cá (JN, Dinheiro Vivo)






