Universidade do Minho abre guerra a concurso FCT e considera impugnação
Miguel Seabra admitiu ontem a alteração dos resultados para a atribuição de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, sem comunicação aos avaliadores, devido a “fortes pressões”, após as denúncias vindas dos painéis de Antropologia e Sociologia. Agora é a Universidade do Minho que decide enfrentar a FCT e o Ministro Crato.
A Universidade do Minho enviou ontem uma mensagem afirmando que “em resposta a diversos pedidos de candidatos a bolsas de Doutoramento e de Pós-Doutoramento com candidaturas recusadas (no concurso FCT), a Universidade do Minho decidiu dar apoio jurídico à apresentação de reclamações e eventualmente à impugnação do concurso”.
Os resultados e as “diversas irregularidades que têm vindo a ser relatadas” levam esta Universidade a convocar todos os candidatos a bolsas individuais (a quem tenha, ou não, sido atribuída a bolsa) para uma reunião no dia 28, terça-feira, onde “estarão presentes o Sr. Vice-Reitor para a Investigação, Prof. Rui L. Reis e a Sra. Pró-Reitora para os Assuntos Jurídico-institucionais, Prof. Cláudia Viana.”
Este é mais um prego no caixão de Seabra e Crato, que já não têm condições para se manter com seriedade nos cargos que ocupam. Onde está o rigor e transparência exigidos aos investigadores bolseiros, se há bolseiros a quem é alterada a avaliação com golpes “administrativos” e por isso a perderem as suas bolsas? Que legitimidade tem o presidente de uma Fundação de Ciência e Tecnologia que pede a painéis de avaliadores para darem a sua avaliação, para depois “corrigir” as avaliações usando os seus próprios critérios?
A verdade é que depois da brutal redução de investimento em investigação que nos fizeram recuar aos valores de investimento mais baixos dos últimos 20 anos, unindo a comunidade científica contra estes cortes, não param de se unir vozes contra o rumo estratégico que o Ministro Crato e o Presidente da FCT, Miguel Seabra, têm tomado.
Fecham os olhos à fuga de cérebros, manipulam números para que pareça que não há desinvestimento (com a não inclusão da inflação, ou a inclusão de valores não executados, por exemplo), remetem os bolseiros para a ciência virada para as empresas, ou emigração, ou desistência, ou doença ou morte.
Assim não dá.
Saiam, ou alguém vos tirará daí.