A cegueira de Sócrates
Notícia hoje no Público revela que o desemprego vai continuar a crescer no próximo ano. A previsão foi ontem divulgada pelo Governo que espera que a taxa de desemprego sofra um agravamento e atinja os 10,1 por cento em 2011. Estas previsões colidem com as declarações do primeiro-ministro, que sempre optimista, manifestou confiança quanto à evolução do desemprego nos próximos meses.
Ontem quando confrontado com a taxa de desemprego de Maio, que, segundo o Eurostat, chegou aos 10,9 por cento e que já afectava 610.400 pessoas, sendo a quarta taxa de desemprego mais elevada entre os 21 países analisados pelos Eurostat, José Sócrates sublinhou que se trata do “resultado da crise financeira e económica em toda a Europa”, mas que “os meses de Verão constituirão meses de abrandamento do crescimento do desemprego” (???).
Sócrates espera assim que pelo facto de estarmos no Verão, os portugueses aproveitem o sol quente na praia, em vez do ambiente abafado e irrespirável cheio de gente nos centros de empregos. O primeiro-ministro acrescentou ainda que, “nos últimos meses, temos sinais bem claros de que o crescimento do desemprego abrandou”. Onde???
Sócrates espera assim que pelo facto de estarmos no Verão, os portugueses aproveitem o sol quente na praia, em vez do ambiente abafado e irrespirável cheio de gente nos centros de empregos. O primeiro-ministro acrescentou ainda que, “nos últimos meses, temos sinais bem claros de que o crescimento do desemprego abrandou”. Onde???
Sócrates referia-se aos desempregados inscritos nos centros de emprego, que registaram uma redução enganosa entre Abril e Maio. È notório que o optimismo obsessivo de Sócrates se está a tornar em cegueira, por não querer ver realmente o problema do desemprego que se agravará neste e no próximo ano, muito por culpa do plano de austeridade que o Governo planeou conjuntamente com o PSD, onde os desempregados e as pessoas com rendimentos mais baixos e mais vulneráveis irão ser afectadas drásticamente.
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Reparei numa coisa que não sei se explica a descida do número de inscritos.
Tanto eu como duas pessoas que residem noutros concelhos estamos inscritos em centros de emprego das nossas áreas de residência e fizemos a nossa inscrição em momentos bastante diferentes. Nenhum está agora desempregado (estamos todos a prazo).
Precisamente em Maio todos recebemos uma carta dos centros a pedir para confirmar a nossa inscrição. Se não a confirmássemos pessoalmente ou por correio esta era anulada.
Será que foi por isso que diminuíram as inscrições?
Estes avisos são habituais nos centros de emprego? Será que foi uma tentativa deliberada e concertada de diminuir esta estatística dos inscritos?