A coligação social que temos de construir. Amanhã há Manif!

Ao concretizar mais um passo na mudança de regime social que leva a cabo, dizia o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho que Portugal viveu um dia “histórico”, uma vez assinado o acordo entre patrões, Governo e a central sindical UGT. O homem que saltou directamente da JSD para a administração de grandes empresas e daí para o governo afirmava que este acordo significa um “pacto de confiança” e representa uma “grande coligação social”. Mas este acordo, assinado por João Proença (UGT), João Machado (presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal), João Vieira Lopes (presidente da Confederação do Comércio de Portugal), António Saraiva (presidente da CIP) e José Carlos Pinto Coelho (presidente da Confederação do Turismo Português), foi apenas mais um de continuidade política de 30 anos em Portugal.
O líder do país não refere que presidentes ou ex-presidentes da república, primeiros-ministros, líderes dos grandes partidos, ministros e ex-ministros, patrões, agentes financeiros e administradores, comentadores e opinion-makers, sempre tiveram um grande consenso político e económico em Portugal onde apoiaram e aprovaram sucessivos programas de governo, com maiorias absolutas ou relativas, com códigos do trabalho destrutivos, com uma proposta de economia de exploração, com a desestruturação dos serviços públicos e a privatização daquilo que era de todos.  Eles foram os agentes do consenso e da gestão danosa.
O seu consenso é reduzido em amplitude social, e muitas vezes baseou-se até quase inteiramente na mentira usada em períodos de campanhas eleitorais; mas é um consenso de grande poder político de transformação. e de destruição. Chega-nos agora a hora de construir um verdadeiro consenso social, grande e diverso, se quisermos defender os nossos direitos e o nosso futuro. 
O nosso consenso social não tem força política de transformação se a sua dimensão e abertura for pequena. Certamente que ao contrário de outros, o nosso consenso não encerra tráfico de influências ou corrupção,  jobs ou boys. Teremos a força social daqueles que conseguirmos integrar. Apelamos a um verdadeiro consenso de base que envolva os cidadãos de todas as origens e de todas as ideias, mas que juntam porque sabem que existem alternativas. Que elas surgem do compromisso democrático, pela justiça social, contra a desigualdade brutal, em defesa da Segurança Social e das suas funções, do direito às escolhas essenciais… trabalho, paz, pão e habitação. Só com esse grande consenso social podemos sair da crise. 
O que Pedro Passos Coelho afirmou, foi a visão de um jovem formado num aparelho partidário de poder, a visão de quem só entende consensos e promiscuidades entre interesses políticos e económicos, com todo o poder mas contra os fundamentos da democracia. 
Aquilo a que apelamos é o consenso social das pessoas, da maioria, aquele que nos tem de juntar sempre que quisermos ter direitos, dignidade na vida e futuro. 
Vamos a isso… amanhã, Sábado, dia 21, afirmar em conjunto que estamos a exigir o nosso futuro de volta. 
Já!
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