A Europa da Troika não tem solução para o desemprego

Ontem reuniram em Paris 20 chefes de Estado para mais uma espampanante reunião paga a preço de ouro para produzir declarações inflamadas contra o desemprego e não avançar com quaisquer medidas concretas. A Europa da Troika não tem qualquer alternativa ao desemprego, porque é do desemprego e da precariedade que ela se alimenta. Para os 26 milhões de desempregados a Troika não tem nada a fazer, excepto migalhas, promessas e precariedade intermitente.

A proposta desta conferência veio de François Hollande aquando da sua eleição. Mas a concretização deste evento apenas pôs a nu a indisponibilidade da Europa sob a troika de resolver qualquer questão social, nomeadamente as questões decisivas para a vida de milhões: o desemprego crónico. Há 6 milhões de pessoas com menos de 25 anos no desemprego. Há 26 milhões de desempregados em toda a Europa. A resposta da Europa, desta conferência? Um programa chamado “Garantia Jovem”, supostamente destinado a oferecer aos jovens até aos 25 anos um “emprego de qualidade”, a continuação da educação formal, formação específica ou estágios profissionais de até quatro meses depois de acabarem os sistemas educativos ou ficarem desempregados. Válido para 2014 e 2015.

Sem brincadeiras, façamos contas: 6 mil milhões de euros para 6 milhões de pessoas com menos de 25 anos desempregadas dá 1000 euros por pessoa – para dois anos. São 500 euros por desempregado por ano. Mesmo que se aceda aos 7000 milhões do Fundo Social Europeu, ficarão 2116 euros por pessoa, para dois anos, o que significa que a Europa da Troika diz que vai combater o desemprego oferecendo 1058 euros por pessoa e por ano. São 88 euros por mês, na melhor das hipóteses.

Ficam a faltar outros 20 milhões de desempregados. Se esta verba total potencial de 13 mil milhões de euros for distribuída pelo universo oficial de desempregados, 26 milhões, são 500 euros por pessoa para dois anos – 250 euros por ano – 21 euros por mês.

A Europa da Troika é a Europa do Desemprego e da Precariedade, que usa biliões do seu orçamento para resgatar mês após mês, ano após ano desde 2007, centenas de bancos da União Europeia. A Europa da Troika já montou festas mais caras do que os programas de “combate” ao desemprego. A Europa da Troika não tem solução para o desemprego, porque precisa desesperadamente do desemprego para pôr e manter os povos na miséria.

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