A Fundação de Serralves e a precariedade dos seus trabalhadores

A Fundação de Serralves, organismo público financiado pelo Estado, foi recentemente alvo de uma inspeção da Autoridade para as Condições do Trabalho. Na origem desta intervenção esteve a denúncia dos Precários, que tiveram acesso a um contrato de “falsos recibos verdes” oferecidos pela EGOR – Empresa de Trabalho Temporário.

Não só a Fundação de Serralves mantém trabalhadores a falsos recibos verdes, como desde 2010 recorre a empresas de trabalho temporário para o preenchimento de postos de trabalhos permanentes. Com a entrada da EGOR, em 2015, os trabalhadores viram o seu salário reduzido em 30% e os seus prémios transformados em “vouchers” do Continente – sendo ainda mais pressionados para atingir metas de produtividade depois da Fundação ter acabado com as visitas gratuitas ao domingo (venda de bilhetes). Dezenas de rececionistas e assistentes trabalham sem pausas para almoço, ultrapassando, muitas das vezes, as 50 horas semanais.

Em 2010, mais de 50 personalidades subscreveram uma carta aberta em defesa dos trabalhadores de Serralves, ilegalmente despedidos. Seis anos depois, a situação é mais grave ainda. A maioria dos atuais trabalhadores é descartado ao fim de poucos meses, num esquema obscuro de precariedade e abuso.

O Ministério da Cultura tem a obrigação de tomar posição sobre esta matéria, assim como o Conselho de Administração da Fundação de Serralves.

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