A nossa luta é internacional e inter-geracional
O desemprego atinge hoje 28% dos jovens em Itália, 44% na Grécia e 51,4% em Espanha. Em Portugal estamos neste momento a superar os 30%. A par deste desemprego está a precariedade, que não é nada mais que um estágio de intermitência entre a condição de desempregado e a condição de mal-empregado. Nos vários testemunhos recolhidos pelo jornal encontram-se a instabilidade dos contratos, o trabalho pouco qualificado e de baixa remuneração, a permanência numa situação de risco e de limite, ao que podemos ainda juntar a dependência relativamente à família ou até a dificuldade de acesso a uma habitação própria.
Mas este problema não é apenas de uma geração jovem. Se assumirmos que apenas os jovens estão a ser os sacrificados pela austeridade na Europa o que dizer dos reformados que perdem o direito à remuneração pela qual contribuíram durante toda a sua vida de trabalho, ou o que dizer dos trabalhadores que vêm reduzidos os seus salários quando são eliminados parte dos seus subsídios de Natal e de férias? Se os mais velhos perderem direitos, mais direitos perderão os jovens também.
Esta falta de perspectivas de futuro das gerações mais jovens prejudicada pela falta de emprego e pela extrema dificuldade de autonomização é um sintoma de toda a Europa e exige por isso uma resposta europeia contra a imposição da precariedade, que é feita utilizando a arma de arremesso de uma suposta modernidade, para todas as gerações, novas ou velhas.
É por isso necessário centrar os nossos alvos quando gritamos nas ruas. A nossa luta é internacional e inter-geracional. É uma luta de todas as gerações contra a precariedade e contra a exploração.
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