A Orquestra do Norte abrirá a nova temporada com músicos (ainda) a falsos recibos verdes

Os 47 músicos da Orquestra do Norte (ON) continuam a sua luta para que lhes seja reconhecido o direito a um contrato de trabalho. Desde a sua criação, há 19 anos, que os “falsos recibos verdes” são a regra nesta instituição, sendo neste momento a única das 3 orquestras regionais financiadas pelo Estado (Norte, Beiras e Algarve) que mantém esta situação irregular.

Já no dia 7 de Agosto tinhamos alertado para este caso mas agora há novos desenvolvimentos que vale a pena relatar.
Em primeiro lugar, de salientar a união dos músicos da ON, que estão totalmente juntos nesta luta justa por um contrato de trabalho que reflicta a sua verdadeira situação laboral. O Comité de Músicos da ON entrou em contacto com os Precários Inflexíveis, com o FERVE e com os Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual, e foi-lhes expressa a total solidariedade por parte dos três movimentos, acrescida da disponibilidade para os apoiar em futuras iniciativas conjuntas.
No dia 4 de Julho, a Secretaria de Estado da Cultura, recepcionou uma carta com um pedido de audiência por parte do Comité, pedido esse que até hoje não foi respondido. Este facto é tanto mais estranho, quanto é a recente audiência a que o Maestro Ferreira Lobo teve direito naquela mesma secretaria de Estado. Por certo que o maestro não foi pedir mais direitos para os seus trabalhadores, visto que na legislatura anterior, quando esta luta começou, sempre se opôs a que fosse reconhecida a situação de verdadeiros trabalhadores dependentes em que estão os seus músicos. Imagine-se o que é ser dirigido por alguém que trava constantemente a resolução deste problema e que faz tudo para que ele se mantenha.
No entanto, nos últimos dias, o Comité de Músicos foi recebido por vários grupos parlamentares e estas reuniões tiveram já o seu efeito. O PCP, o BE, o PS e “Os Verdes” (que apesar de não terem reunido com os trabalhadores tomaram conhecimento do caso), apresentaram já requerimentos na Assembleia da República onde são feitas várias perguntas sobre a situação que se vive na ON, a várias entidades do Estado português.
Todos estes partidos se mostraram solidários com os músicos da orquestra e todos querem saber o que pertendem fazer o Governo e o Secretário de Estado, Francisco José Viegas, acerca desta questão. Esperam-se agora as respostas.
Certamente que este alargado consenso parlamentar irá ajudar a resolver a situação precária em que se encontram estes 47 trabalhadores, para que eles nos possam oferecer a sua arte sem terem de se preocupar com constrangimentos laborais. O Comité de Músicos da ON mantém-se unido e prestes a dar início a nova temporada, a 20ª, desta orquestra. Esperemos que no decorrer da mesma, tão rápido quanto possível, esta situação irregular já tenha sido totalmente resolvida.
Quem se quiser mostrar solidário com os músicos, pode fazê-lo através da página de Facebook criada para o efeito e acompanhar o desenvolvimento da situação no blog do Comité.
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