A precariedade e o "fim de trabalho não permanente" (contratos a prazo) são o principal motivo de inscrição nos centros de emprego
Sumarizamos alguns números que permitem obter uma imagem sobre o mercado de trabalho, o emprego dos jovens, a flexibilidade laboral e a desagregação social e de expectativas em Portugal:
- O desemprego de longa duração aumentou 24,8% em Dezembro do ano passado face a igual período de 2009, repetindo a tendência registada já em 2009, quando comparado com 2008 (+23,3%). São 226 280 os que procuram trabalho há mais de um ano.
- Os desempregados de longa duração (inscritos há um ano ou mais tempo) continuam a representar uma grande fatia dos inscritos (41,8%) nos centros de emprego.
- O número de novas ofertas de emprego em cada mês têm vindo a descer em 2010. Em Dezembro de 2010 foram 6556, ou seja, menos 12,1% de ofertas de emprego do que em Dezembro de 2009.
- As colocações de desempregados no mercado de trabalho pelos centros de emprego caíram 21% de 2009 para 2010 – de 4142 para 3274.
- O “fim de trabalho não permanente” (contratos a prazo) continua a ser “uma vez mais o principal motivo de inscrição dos desempregados no continente ao longo do último mês de 2010, representando 44,1% das inscrições efectuadas no decurso do mês de Dezembro de 2010.
- Segundo dados de 2007 da OCDE, o desemprego de longa duração afecta 51 por cento dos desempregados portugueses com diploma universitário e idades entre os 25 e os 34 anos.
- O mesmo relatório aponta Portugal como o único país da OCDE que não registou um aumento, entre 1995 e 2007, na frequência do sistema de ensino por parte dos jovens entre os 20 e os 29 anos.
- Pelo contrário, a percentagem de jovens a frequentar o ensino superior desceu de 22 para 21 por cento entre 1995 e 2007.
Ver:
Desemprego de longa duração sobe desde 2008
Desemprego inscrito indicia nova subida
Desemprego de jovens qualificados é mais alto em Portugal
Ir ao IEFP é uma autêntica vergonha. Falo por experiência própria, nomeadamente, no IEFP de Vila Franca de Xira. As funcionárias ainda gozam a quem a elas recorre, sobretudo, jovens licenciados: «Então, não tem net em casa para consultar? É preciso vir para aqui?», são algumas das pérolas produzidas pelas «bestas» que têm emprego garantido para a vida. Há tempos vira-se uma funcionária para a outra: «então, onde foi a XPTO [outra funcionária cuja função é atender quem vai lá procurar ofertas]? Ah, foi ali fazer análises». Mas que merda é esta? Deixa-se o local de trabalho, logo às 10h da manhã, para ir fazer análises ao sangue? Faça as mesmas ao Sábado, acéfala! É uma autêntica vergonha! Mais, sabiam que, por exemplo, o IEFP de VFX tem uma funcionária no primeiro andar, cuja função é dizer às pessoas: «aguarde no corredor e sente-se». Juro, ela faz isto e apenas isto. Que raio de tacho é este? Deve ser mãe de alguém que trabalha lá. Uma V-E-R-G-O-N-H-A! E andou o Estado a gastar dinheiro em carros para o IEFP. Alguma vez viram algum carro de IEFP na rua? Este país é uma autêntica merda. Venha a revolta social! Devíamos começar era a partir montras do IEFP e das agências de emprego temporário. Exploradoras! Como é que se admite que até agora o IEFP mande pessoas para call-centers? É nojento! Um call-center é um tipo de work que só induz à estupidez; frustração; baixa auto-estima; e a suicídio a longo prazo. Empregado, morrer? Mate-se o cabrão do patrão!