A Precariedade trata-nos da Saúde
ilustração via irmão lúcia
Para ouvir a peça transmitida na Rádio Renascença clique aqui
Estivemos esta quarta-feira (19 de Março) na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, para mais um debate do ciclo ‘Os Precários não se calam’.
Desta vez, o mote foi a precariedade na saúde.
Convidámos três pessoas para falarem connosco.
Uma médica, uma aluna de Medicina e uma enfermeira.
A conclusão do debate foi: a precariedade está a chegar à saúde.
A médica Isabel do Carmo falou-nos da importância das carreiras médicas e da necessidade de continuar lembrar que temos de estar atentos e defender os nossos direitos. Além disso, defendeu que saúde sem precariedade é possível. E deu como exemplo o caso do Hospital de Santa Maria, que está a lutar contra este problema e a integrar no quadro todos os seus trabalhadores.
A estudante de Medicina Diana Póvoas falou de quão precário é ser estudante hoje, depois da entrada do novo Regime Jurídico para as Instituições do Ensino Superior. E também de como a subcontratação sem critérios leva à precariedade instalada nos hospitais.
A enfermeira Adriana Lopera falou do seu caso pessoal: era enfermeira precária em Espanha e emigrou para Portugal. Hoje começa a ver este trauma a entrar nos hospitais: Tudo isto apesar de haver enfermeiros a menos. Assim, os que há trabalham demasiado. Mas como o paradigma da saúde mudou para o sistema empresarial, o lucro passou a ser um dos objectivos e cada vez interessa menos o bem-estar dos doentes, apesar de os profissionais de saúde darem o seu melhor.
Ficou assim visto que a precariedade nos trata da saúde. Através de subcontratações sem critério, objectivos lucrativos, médicos inseguros. E estudantes com poucas perspectivas.
Continuaremos a falar da precariedade em todos as faculdades e noutros locais, porque os precários não se calam!
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