ACT identificou 404 falsos recibos verdes em 35 órgãos de comunicação social

recibo verdeA ACT visitou recentemente diversos órgãos de comunicação social, num total de 35 locais de trabalho, numa acção inspectiva que possibilitou a identificação de 404 trabalhadores a falsos recibos verdes, num universo de 1.502 trabalhadores. A operação envolveu 75 inspectores em todo o continente (notícia aqui).

É sabido que o jornalismo é um dos sectores profissionais onde a precariedade fez mais caminho e onde reina a impunidade de muitos patrões há várias décadas. Neste caso 27% dos trabalhadores estão em situação ilegal, a falsos recibos verdes. Não é conhecida a natureza dos vínculos dos restantes trabalhadores, podendo a precariedade assumir uma proporção ainda maior no caso de haver trabalhadores sub-contratados e/ou com contratos a prazo a garantir necessidades permanentes.

O sindicato dos jornalistas incitou a ACT a agir em conformidade com as irregularidades detectadas e salienta que esta operação ocorreu 2 meses após o 4º Congresso de Jornalistas, onde o tema assumiu um papel central em todo o debate (ver aqui), congresso que não acontecia há quase 20 anos. O Jornal Económico relembra que durante o congresso foram questionados vários directores de órgãos de comunicação social sobre a quantidade de trabalhadores a recibos verdes: Paulo Dentinho, da RTP anunciou “200 em toda a empresa”, Sérgio Figueiredo, da TVI,“20% da direção de informação”, já Paulo Baldaia, do DN, afirmou não ter precários a trabalhar no Jornal. Seria interessante confrontar os resultados da ACT com as declarações destes dirigentes, mas não são conhecidos os órgãos de comunicação inspeccionados nem a distribuição dos precários identificados.

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