Administração da Estoril Sol planeia despedimentos para manter fortuna colossal de Stanley Ho

O Público noticia hoje que o Casino do Estoril apesar de ser o maior da Europa e de pertencer ao multimilionário Stanley Ho – 86º mais rico do mundo (Forbes) – vai inevitavelmente implementar medidas para cortar as despesas em 7,5 milhões de euros, o que inclui o despedimento de trabalhadores para garantir 55% desse valor.

Mário Assis Ferreira, o administrador da Estoril-Sol assume sem problemas que pretendem realizar “não apenas a extinção de postos de trabalho que já hoje se evidenciam como excedentários” como “a equilibrada racionalização no esforço exigível em todos os sectores”. Não foi possível para o Público, no entanto, apurar o número de postos de trabalho que poderão ser atingidos.

O ataque aos trabalhadores continuará noutra frente, a do aumento da carga horária. A empresa quer também terminar com a carga horária de cinco horas e meia de trabalho que engloba cerca de 20 por cento dos empregados do Casino do Estoril alegando “gigante anomalia” e “alegados direitos adquiridos”. É interessante no entanto que não façam a mesma análise da construção da colossal fortuna do grande chefe Stanley Ho que obteve em 1962 o monopólio do jogo em Macau, situação que se manteve até 2002. Ou, relativos aos casos em que a Procuradoria Geral da República abriu inquéritos para investigar favorecimento da empresa por parte do Governo de Santana Lopes nomeadamente com a “oferta” do edifício do Casino de Lisboa à Estoril-Sol.

A empresa aproveita ainda a boleia dada pelo Governo Sócrates e Vieira da Silva para fazer o torque sobre o contrato colectivo de trabalho.

As receitas dos casinos de Lisboa, Estoril e Póvoa do Varzim foram no primeiro semestre deste ano de 114,9 milhões de euros, o que aparentemente não chega para os patrões, sendo que o administrador, Mário Assis Ferreira informa que o negócio “pressuporia o crescimento ou, no mínimo, a estabilidade de proveitos, o que é incompatível com o actual quadro de significativa quebra de receitas e a manutenção do esmagador peso tributário”.

Ou seja, como sempre, o negócio pressupõe o aumento ou, no mínimo, a manutenção das grotescas receitas para os detentores da Estoril-Sol apesar dos lucros que continuam a obter.

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