Afinal Portugal está no topo da flexibilidade do emprego

Leilão de escravos na Grécia antiga: flexibilidade total
O Banco de Portugal divulgou hoje o relatório anual onde expressa que, afinal, o país tem um dos mais rápidos fluxos emprego/desemprego e desemprego/emprego, o que acaba com a propaganda da necessidade de mais flexibilidade no emprego para combater uma suposta rigidez (ver página 135 deste relatório do BdP). De acordo com este relatório, Portugal estará mesmo nos lugares cimeiros da UE nestes rankings.
No entanto, hoje já não podemos observar estes rankings e a exigência de mais flexibilidade como um salto de fé que nos dizem que irá criar mais emprego. Na verdade o que se torna claro é que mais flexibilidade significou uma taxa de desemprego real de mais de 18%, com os desempregados mais jovens a não contarem para as estatísticas e mesmo assim com desemprego na ordem dos 35%.
A prova é simples: mais flexibilidade e precariedade significa mais desemprego e menores salários.
O BdP bem se esforça por manter viva a propaganda, mas as pessoas que sofrem com a precariedade e o desemprego, assim como as suas famílias, já perceberam que este modelo tem de ser alterado.
Pelo caminho, o BdP volta a insistir com a ideia de que existem dois mercados de trabalho, um dos mais velhos, supostamente mais protegido, e outro dos jovens, mais precário. Esta ideia serve essencialmente para fomentar uma guerra de gerações que irá nivelar por baixo os salários e os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores.
Caem por terra, no entanto, todos os argumentos vazios de Passos Coelho, Álvaro Santos Pereira e Pedro Mota Soares, que continuam a dizer que é preciso destruir mais os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores. Este estudo ainda não contempla as alterações ao Código do Trabalho e já estamos no topo da flexibilidade e a sofrer os seus efeitos.
Voltamos, por isso, a exigir a aprovação da Lei Contra a Precariedade, visto que só essa solução cidadã poderia garantir trabalho com direitos, eliminando as três formas mais comuns de precariedade laboral.
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