Afinal subsídio de desemprego desce "só" para os 394€

Mota Soares usou o velho truque do “barro à parede” (ver crónica de Fernando Alves desta quarta-feira: “teoria geral do desprezo”) e anunciou ontem que o subsídio de desemprego iria cair 10% mais 6% via IRS, mas, confrontado com as críticas que vieram de todo o lado, o Ministro “recuou” e o subsídio de desemprego só descerá 6% via IRS para os 394€ (ver notícia Público). Em conformidade, todos os outros valores de subsídio de desemprego irão baixar também 6%.

Aliás, que recebe acima do mínimo do subsídio de desemprego terá, na verdade, um corte de total de 12% ao subsídio de desemprego, 6% via IRS e 6% via uma nova contribuição para a Segurança Social. Mas se Mota Soares aceitar a proposta da UGT esse corte adicional pode também fazer-se sentir nos rendimentos mais baixos.

Não houve nenhum recuo e os desempregados, mesmo os mais pobres, irão, provavelmente, perder 12% do seu magro rendimento.

Mantêm-se os cortes no subsídio social de desemprego, no rendimento social de inserção e no complemento solidário para idosos, tal como anunciado ontem.

Insistimos: não houve nenhum recuo e o Governo apontou a mira laser aos desempregados, aos mais pobres e aos pensionistas. O resultado deste ataque será um maior número de pessoas na pobreza (limiar da pobreza 421€/mês) e uma muito maior intensidade da pobreza entre quem vive em Portugal.

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