Amas continuam a lutar contra a lei de Mota Soares, pelo direito ao trabalho e pelas crianças
As amas não desistem da defesa dos seus direitos e do seu trabalho. Depois do Governo, pela mão do ministro Pedro Mota Soares, ter imposto no início deste mês de Outubro a aprovação de uma nova legislação que ameaça as amas e desprotege as crianças, estas profissionais continuam a lutar contra a ameaça de despedimento e em nome das crianças a que prestam cuidados todos os dias. Na semana passada, dezenas de amas manifestaram-se em frente à delegação da Segurança Social do Porto. A Associação de Profissionais do Regime de Amas (APRA) continua a exigir a integração das amas que trabalham para a Segurança Social e o direito ao contrato de trabalho.
Nestas reportagens da SIC e do Porto Canal, é possível perceber a determinação da exigência destas mulheres. São 30 anos a trabalhar para a Segurança Social, sempre a falsos recibos verdes, para garantir um serviço público de cuidados a crianças de famílias com poucos recursos. Na passada 4ª feira, no programa Sociedade Civil da RTP, as representantes da APRA Romana de Sousa e Isilda Leite falaram da profissão de ama e das injustiças desta nova lei.
A lei que Mota Soares fez aprovar, apenas com os votos da maioria que suporta o Governo, descarta estas profissionais e lança a ameaça de um verdadeiro despedimento colectivo de centenas de amas. Entretanto, sentem-se já os efeitos do desmembramento deste serviço público essencial, com os serviços a recusarem a muitas famílias sem recursos o encaminhamento para o serviço de creche familiar prestado pelas amas da Segurança Social. Está à vista que esta alteração à lei nada tem a ver como o incentivo à natalidade, como afirma a propaganda de Mota Soares. Neste momento, como exigem as amas, o ministro tem de sair do seu habitual silêncio e comprometer-se, como é sua obrigação, com garantias para o futuro das crianças e destas profissionais. É essa a luta determinada da APRA e destas amas, que merece toda a força e solidariedade.
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