Ao serviço de quem?
A ministra do trabalho, Helena André, admitiu ontem a existência de “impacto negativo” das novas medidas de austeridade sobre o mercado de emprego no país. Mas se as condições de trabalho e vida pioram, porque motivo estão a ser implementadas?
O capital, ou os “mercados financeiros” (como se lhe queira chamar), consegue hoje, nos países com maiores dificuldades na economia, vantagens através da privatização de serviços públicos estruturantes (ver pacote de privatizações) e da degradação das condições sociais organizadas pelo Estado (ver redução das prestações sociais), desta forma são geradas novas áreas de negócio apetecíveis, quase sempre livres de concorrência, e bem lucrativas.
Como consequência imediata, em Espanha, Portugal e Grécia, as pessoas estão a ser pressionadas para viver e trabalhar por menos… por menos salário, por menos Estado social, por menos direitos e opções de vida.
Esta posição da ministra do trabalho sublinha que nenhum governo combate a “crise”, aquela que conta – a das pessoas que vivem do seu trabalho – entregando a gestão e as escolhas estratégicas a organizações que nenhuma relação democrática têm com as pessoas. Não existe legitimidade que possa ser reconhecida ao FMI, às Agências de Rating ou aos fantasmas dos “Mercados Financeiros”, para que sejam tomadas medidas sob seu escrutínio em vez do escrutínio social.
A responsabilidade de Helena André, ministra do trabalho do governo eleito, não é responsder aos “mercados financeiros” mas sim perante o país que exige respostas. Para o demonstrar, muita gente estará nas ruas no dia 29 de Maio, para que as opções a tomar e os compromissos a assumir sejam os mais difíceis, simultaneamente os mais justos. São aqueles que comprometem a economia dos países com sistemas fiscais que cobram o que for necessário aos mais ricos, que ceifam os prémios milionários, que combatem a fuga ao fisco e a ilegalidade nos mercados de trabalho, e ampliam os direitos sociais como estrutura fundamental de uma sociedade livre e democrática.
rUImAIA
Ver:
Pacote de Privatizações (ANA – Aeroportos de Portugal, Caixa Seguros (CGD), CTT, EDP, Galp, REN, Inapa…)
Prestações Sociais sofrem corte
Helena André admite “impacto negativo” das novas medidas sobre o emprego






