Após uma paragem de 24h na Linha de Saúde 24, temos a certeza de ter avançado | Via Apoio aos Trabalhadores da Saúde 24

Via Apoio aos Trabalhadores da Saúde 24: comunicado da COMISSÃO INFORMAL TRABALHADORES SAÚDE 24

«Após uma paragem de 24h na Linha de Saúde 24, temos a certeza de ter avançado. Uma adesão irrefutavelmente expressiva, perturbação severa no funcionamento do serviço e múltiplas mensagens de apoio e solidariedade dos diversos quadrantes da sociedade levam-nos a realizar um balanço positivo.

Parámos para avançar, com a certeza de que nunca recuaremos na defesa da nossa dignidade e na luta intransigente contra os despedimentos e contra a humilhação. Mostrámos a nossa força, mostrámos a nossa preocupação, mostrámos que mesmo votados ao esquecimento do Ministério da Saúde e da Direcção Geral de Saúde, e à incompreensível lentidão processual da Autoridade das Condições de Trabalho, não baixamos os braços perante os despedimentos sumários e ameaças constantes.

A LCS, concessionária do serviço, quebrou momentaneamente o silêncio, não adiantando passos para uma negociação; conseguiu porém entreter-nos com afirmações sem sentido, típicas de quem não está habituado a trabalhar a um sábado. Mantendo uma postura de recusa negocial, recorreu a todas as estratégias para manter o funcionamento da linha Saúde 24, colocando no atendimento Supervisores do serviço (exercendo funções que não desempenham habitualmente), negligenciando procedimentos de qualidade habituais e coagindo enfermeiros a comparecer no local de trabalho, sob pena de despedimento sumário.

É a ausência de interesse do Ministério da Saúde e a inércia da Autoridade das Condições de Trabalho perante factos evidentes que conduziram à campanha de despedimentos que se verifica, permitindo a delapidação do mais importante capital da Saúde 24: os seus enfermeiros.

É a mentira apregoada pela LCS de cortes nas verbas destinadas à linha Saúde 24 que nos revolta, quando na verdade foi a empresa a determinar um preço, vendendo a dignidade dos enfermeiros em troca do seu lucro.

Paramos, apelando às instituições com a tutela para que finalmente corrijam a ilegalidade flagrante que há anos decorre na Saúde 24. Uma ilegalidade que está a custar o emprego aos enfermeiros que foram o suporte da Saúde 24, que está a perigar a qualidade e credibilidade da linha e que está a permitir que publicamente, e no âmbito do serviço público, se cometam crimes de coacção e ameaça, perpetuados por mandatados da administração.

Engrandeceu-nos o apoio constante e decisivo dos Precários Inflexíveis, tal como nos enriqueceu a presença do Bloco de Esquerda, a representação da Ordem dos Enfermeiros e sobretudo as múltiplas mensagens de apoio de utentes e instituições de Portugal e no estrangeiro, onde também a nossa luta foi ouvida.

Avançamos, aguardando por uma resposta imediata da administração da LCS, mas sobretudo aguardando uma resposta imediata quer do Ministério da Saúde, quer da Autoridade para as Condições do Trabalho.

O silêncio cúmplice, o silêncio que acarreta mais despedimentos, esse não toleraremos mais e reservamo-nos a novas acções de luta, endurecidas na medida da persistência deste silêncio.»

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