Num post recente no seu blog Abrupto, Pacheco Pereira divulga mais uma das suas contribuições para a revista Sábado. Sem surpresas, nela podemos ler mais uma defesa da precariedade e da sobre-exploração baseada no trabalho sem direitos, aproveitando com obscena prontidão a onda da crise.
Nada de novo em Pacheco Pereira, é certo. Como tantos outros, defende para a maioria os apertos, dificuldades e um “come e cala” que, do alto dos seus privilégios, nem sabe o que são. É assim esta elite: acha que pode viver como quer, às custas do trabalho e esforço de toda a gente, e ainda dizer que a malta tem que apertar o cinto. São sempre aqueles que, tal como ele, ganham reformas de príncipe e acumulam rendimentos várias vezes superiores aos que um trabalhador ou trabalhadora médio aspiram, nos vêm dizer que “vivemos acima das nossas possibilidades”, “cuidado com os aumentos” e coisas semelhantes.
Nada de novo, mas acaba por surpreender a colagem sem reservas ao novo discurso dos senhores empresários. A Pacheco Pereira talvez se exigisse, pelo menos, uma formulação intelectualmente mais elaborada. Mas não: as suas palavras parecem um plágio sem brilho das recentes declarações de Van Zeller.
Os que engordam com o nosso trabalho, com a crise e com tudo o que podem, bem como o seu fiel exército de mediáticas e obedientes figuras, vêm desenvolvendo, com maior ou menor elaboração, duas significantes reflexões:
1. O desemprego é um problema. Como, na prática, não temos Estado-Providência em Portugal, o aumento do desemprego – agora falam no “fantasma dos dois dígitos”… – pode criar graves tensões sociais. Para lá do atabalhoado Van Zeller, Mário Soares ou Ramalho Eanes explicam-no com preocupação. É uma espécie de apelo que, não beliscando toda a solidariedade com a ofensiva deste Governo, clama por migalhas para tentar corrigir a ira colectiva.
Pacheco Pereira resume assim: “É o desemprego, é o desemprego, é o desemprego. É o desemprego o principal factor de crise social e de empobrecimento que se manifestará em 2009, e tudo o resto é secundário. O desmprego é hoje uma brutal realidade e baterá à porta de muitas famílias por esse Portugal fora“.
2. A ameaça do desemprego deve ser transformada em chantagem generalizada, concretizada através da imposição da precariedade. A precariedade e a selvajaria nas relações laborais são já o “programa” assumido desta gente. E têm boas razões para acreditar no seu sucesso, para dizer a verdade: a precariedade é praticamente a única expectativa de quem chega hoje ao mundo do trabalho – uma realidade que, sendo optimista, duplicou numa década, tornando-se, para além disso, cada vez mais agressiva e correspondendo a uma intensificação (no salário, mas não só) da exploração. Ora, a crise combinada com a chantagem do desemprego, configuram a possibilidade de imposição imediata e incontestada da precariedade como única alternativa para quem trabalha.
Pacheco Pereira, entrecortando cínicas lágrimas de crocodilo, explica: “O que vou escrever vai por os cabelos em pé a muita gente. Mas nestes dias de crise mais vale ter emprego, mesmo que mau, desprotegido, sem direitos, precário, do que não ter emprego nenhum. E é por isso que o reforço dos direitos laborais, o aumento das contribuições sociais, a dificuldade de contratar a recibo verde, a penalização do trabalho “negro”, têm um enorme preço em deixar mais gente na miséria. Em teoria nada há de mais aceitável, na prática nada há de mais injusto, porque em nome de quem tem trabalho e direitos adquiridos, penaliza-se quem quer qualquer trabalho, porque não encontra um trabalho decente. Para além disso é ineficaz, porque muita gente que não aceitaria trabalhar em condições de precariedade está hoje disposta a fazê-lo em quaisquer condições. A necessidade obriga e a necessidade tem muita força. É um retrocesso em termos sociais? Certamente que é, mas a alternativa é um retroceso ainda maior, é a pobreza. Não estamos em períodos de normalidade, precisamos de soluções excepcionais, mesmo que temporárias, indexadas por exemplo, aos indicadores de desemprego e de pobreza. Porque na prática, há por aí muita procura de trabalho que não se materializa, porque empregar sai demasiado caro“.
São estas as brutais declarações de interesses destas pessoas. Pacheco Pereira e muitos outros, afinam pelas mesmas notas de horror. Esta gente, tão inteligente e capaz das melhores reflexões, dispensa agora pensar, um micro-segundo que seja, nas razões e nas soluções para esta crise. Limitam-se a um apoio (mais ou menos entusiasmado, conforme as tonalidades) e uma justificação da ofensiva do Governo, que é a sua. Dizer que empregar sai demasiado caro é uma mentira que representa o descaramento máximo, porque não é preciso ser um génio para saber e perceber que a exploração sobre o trabalho está a ser intensificada. Ou seja, cada vez se ganha mais (e não menos) com o trabalho alheio.
“…muita gente que não aceitaria trabalhar em condições de precariedade está hoje disposta a fazê-lo em quaisquer condições. A necessidade obriga e a necessidade tem muita força“. Repito esta frase de Pacheco Pereira, porque ela resume todo o cinismo e a dimensão da ofensiva que nos fazem. Estar preparado para ela, fazer um esforço permanente para a acompanhar e compreender, é uma condição essencial para preparar respostas consequentes que nos permitam frustrar o plano que nos estão a traçar. Estamos cá para isso.
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