Assédio no trabalho ou massacrar só porque sim
O assédio no trabalho é um fenómeno que tem vindo a crescer nos últimos anos em Portugal e ao qual ainda não se deu a visibilidade necessária, muito embora o impacto social já se tenha feito notar. O assédio sexual caracteriza-se por comportamentos indesejados de carácter sexual, seja sob forma verbal, não-verbal ou física. Por sua vez, por assédio moral entende-se a situação em que um trabalhador ou uma trabalhadora fica sujeito ou sujeita a uma relação hierárquica autoritária humilhante e onde reina o terror psicológico, seja por via do isolamento social, perseguição profissional, intimidação ou humilhação pessoal.
A proibição do assédio está prevista na Constituição da República Portuguesa, no artigo 25º sobre o direito à integridade pessoal, no Código do Trabalho (Lei 7/2009), através do artigo 29º que prevê a proibição do assédio e no Código Penal, no artigo 154º-A/1 que prevê a perseguição como crime (alguém que segue e vigia no sentido de provocar medo ou terror no trabalhador).
De acordo com a atividade inspetiva da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), os processo relacionados com assédio sexual e/ou moral são muito raros, tão raros que dão a ideia de se tratar de um fenómeno inexistente. No que toca à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), somam-se apenas 44 queixas por assédio no trabalho entre 2010 e 2016. Dados que o Livro Verde sobre as Relações Laborais (2016) deu a conhecer e que parecem não reflectir o que realmente se passa no mercado de trabalho em Portugal, já que um inquérito feito em 2015 pela CITE a 1801 pessoas apurou que 16.5% já tinham sofrido assédio sexual no local de trabalho (um valor bem acima da média europeia dos 2%) e 12.6% já tinham sido vítimas de assédio moral (valor novamente acima da média europeia de 4.1%).
O mesmo inquérito verificou que o assédio sexual acabar por incidir mais sobre o sexo feminino, com 16.7% das mulheres a afirmarem que já tinham sido vítimas, enquanto que apenas 8.6% dos homens reportaram a mesma situação. Por sua vez, o assédio moral abrange, mais ou menos de igual forma, homens (15,9%) e mulheres (16,7%). Este mesmo inquérito indica que são os trabalhadores com vínculos laborais precários quem mais sofrem com o assédio, muito embora os vínculos sem termo também não escapem: contratos a termo certo (48,8% dos homens; 52,3% das mulheres), recibos verdes (2,3% dos homens; 1% das mulheres) ou estágios remunerados (1,2% dos homens e 2,5% das mulheres), contratos sem termo (41,9% homens; 40,6% mulheres).
No que toca ao assédio moral, os superiores hierárquicos e as chefias diretas são os principais autores das situações de assédio no local de trabalho em Portugal. E o mais curioso – ou nem por isso – é que são as mulheres quem mais sofre com este tipo de assédio; sejam os autores do assédio mulheres ou homens, as mulheres são as vítimas preferidas. Se os autores forem homens, 62,3% das vítimas são mulheres e apenas 37,7% são homens; se forem autoras, 87,8% são mulheres e 12,2% são homens.
Comparando os dados oficias da ACT e CITE com os dados do inquérito feito pela CITE, dá para perceber que tanto o assédio moral como o assédio sexual são fenómenos que as vítimas tendem a desvalorizar e mesmo a ocultar. Seja por vergonha ou por medo, o assédio ainda é encarado como algo abstracto, com o qual não se sabe bem como agir ou como lidar.
PS, BE, PCP e PAN encontram-se a debater o desenvolvimento da lei do assédio, de forma a melhorar o regime de proteção das vítimas deste fenómeno que se faz sentir um pouco por todo o mercado de trabalho.
E tu, já alguma vez foste vítima de assédio no trabalho?
by
Bom dia
Todos os dias sou vítima de assédio moral. Existe no meu local de trabalho uma constante humilhação e ameaças de despedimento. Ainda esta semana todos os funcionários foram convidados para um congresso, organizado pela firma, excepto eu. Já não falando das funções que exigem que eu efectue fora do âmbito do meu trabalho para várias organizações que não
são a minha entidade empregadora. Mais ?
Acho bem que legislem urgentemente, de forma mais clara. O assedio laboral no local onde trabalho é incrivel e transversal, não interessa se é homem ou mulher, se cumpre objectivas, a pressão é diária, gps no carro, relatórios, horários cuja isenção só serve para trabalhar mais horas, enfim….
Já fui vitima de assédio moral, mas quando saí no fim contrato o chefe até fugia de mim! E nunca fiz mal a ninguém, até pelo contrário era dos melhores.
É para verem o par de —- que esta gente tem…
Portugal sempre no seu melhor da pouca vergonha.
Orgulho me ter sido um dos 44 casos com coragem de apresentar queixa… tal facto levou me a virar a vida do avesso… mas se todos os casos que conheço tivessem a mesma coragem… que bom que seria para todos…
Sim já enfiaram-me numa cave sem acesso ao WC mas isto não é tudo, roubo de propriedade intelectual, etc… mas tudo será resolvido para quem teve 3 hospitalizações com piscose paranóid, nem estou nada mal, hoje só tomo antibióticos para manter o estado de humor, sou portador do síndrome de asperger.
Boa noite,
Estou a realizar um estudo exploratório acerca do assédio moral, nomeadamente as vivências associadas a esta experiência. Para este efeito, se pudesse responder a um questionário ou participar numa entrevista, esta seria uma enorme ajuda e um contributo para a divulgação de toda a problemática em que se insere este fenómeno. Entre em contacto comigo, por favor: sminvestigacao@gmail.com
Obrigada
Boa noite,
Estou a realizar um estudo exploratório acerca do assédio moral, nomeadamente as vivências associadas a esta experiência. Para este efeito, se pudesse responder a um questionário ou participar numa entrevista, esta seria uma enorme ajuda e um contributo para a divulgação de toda a problemática em que se insere este fenómeno. Entre em contacto comigo, por favor: sminvestigacao@gmail.com
Obrigada
Boa noite,
Estou a realizar um estudo exploratório acerca do assédio moral, nomeadamente as vivências associadas a esta experiência. Para este efeito, se pudesse responder a um questionário ou participar numa entrevista, esta seria uma enorme ajuda e um contributo para a divulgação de toda a problemática em que se insere este fenómeno. Entre em contacto comigo, por favor: sminvestigacao@gmail.com
Obrigada
Boa noite,
Estou a realizar um estudo exploratório acerca do assédio moral, nomeadamente as vivências associadas a esta experiência. Para este efeito, se pudesse responder a um questionário ou participar numa entrevista, esta seria uma enorme ajuda e um contributo para a divulgação de toda a problemática em que se insere este fenómeno. Entre em contacto comigo, por favor: sminvestigacao@gmail.com
Obrigada