Assistentes de sala do Teatro Nacional São João estão em luta contra a precariedade e os despedimentos arbitrários
Os e as assistentes de sala do Teatro Nacional São João (TNSJ) estão em luta contra a precariedade e os despedimentos arbitrários. O seu vínculo é com uma empresa intermediária, em falso outsourcing, com contratos ultra precários (contratos de muito curta duração). Essa empresa, a HOSPEDEIRAS DE PORTUGAL, simplesmente afastou quatro assistentes no início desta semana, como óbvia retaliação por terem colocado em causa a distribuição do trabalho. Esta quinta-feira, com a solidariedade de organizações do setor e profissionais de outras instituições, realizaram uma acção de protesto e denúncia em frente ao Teatro Carlos Alberto, uma estrutura do TNSJ, antes do início de um espectáculo.
Foi uma acção corajosa e que é mais um grito de revolta num sector dominado pela precariedade e pelos atropelos laborais. Exigem a “reposição imediata dos postos de trabalho destes quatro assistentes” e “o reconhecimento dos direitos laborais de todos os trabalhadores”. Enfrentaram a incerteza e a arrogância, mais um exemplo de luta pelo direito ao trabalho na Cultura. Afirmam que estes contratos, são de tal forma precários, que “em nada se distanciam de um falso recibo verde” e dizem que “o TNSJ e o Ministério da Cultura não podem fechar os olhos”.
O presidente do TNSJ, com algum embaraço, garante que segue as melhores práticas a nível nacional e que até foi muito inovador haver contratos de trabalho. Com esta sinceridade, traça o triste retrato de um sector. Apesar de serem funções essenciais e permanentes, defende o falso outsourcing, tem de ser assim, não há hipótese. Os assistentes dizem algo muito simples: “Não vemos nenhuma razão para uma instituição pública como o TNSJ ser incapaz de contratar directamente os seus assistentes de sala”. Pois, não há mesmo nenhuma razão, a não ser a vontade de manter a precariedade e a ausência de direitos laborais como norma na Cultura, aliás anunciada pelo ministro Pedro Adão e Silva logo no início do seu mandato.
A nossa forte solidariedade com os e as assistentes de sala do TNSJ. Tal como em Serralves ( Arte Educadores ), na Casa da Música, no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, a vossa luta é um exemplo de coragem e de ânimo para todas as lutas a travar na Cultura e em todas as áreas.