Até breve… ou até sempre

As políticas de “sucesso” da falsa inevitabilidade marcam a destruição silenciosa das esperanças de milhões de pessoas que só pretendem trabalhar, aplicar o que aprenderam, viver com dignidade. Mas no país que perdoa centenas de milhões de euros de impostos à banca e aos accionistas da PT, contam-se cada vez mais dezenas de milhares de jovens com formação que desistem do país enquanto local de vida. Segundo números do IEFP, que pecaram por defeito, em 2008, foram 15 mil, em 2009 mais 20 mil e, em 2010, quase 23 mil. Dizem “até breve… ou até sempre” e assim se afastam dos seus amigos, das suas famílias, e em parte, afastam-se da esperança.


Um interessante artigo no Público demonstra o que boys como Francisco Madelino do IEFP fazem para limpar os sucessivos governos: anulações de inscrições no IEFP em vésperas de actos eleitorais de forma crescente, para maquilhar os números. De Junho de 2010 a Janeiro de 2011 foram anuladas cerca de 600 mil inscrições de desempregados (número recorde). 
Os números mostram ainda que instituições como o IEFP, que foram montadas para servir a democracia e as pessoas, são agora agências de marketing governativo. Quando comparadas com a iniciativa dos próprios desempregados, os números mostram que os desempregados encontraram emprego mais eficazmente do que com a ajuda dos serviços oficiais de emprego.

A democracia, as instituições e serviços públicos estão sob ataque. Com a captura de salário indirecto através da privatização da Escola, da Saúde ou da Segurança Social, os grandes patrões, os accionistas, os banqueiros, os Jorge Coelhos e os Franciscos Madelinos deste mundo, procuram obter mais quota, mais divididendos, ou pelo menos, mostrar-se dignos de posições de gestão de poder económico.
Os serviços do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) e da ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho) estão a ser transformados em agências provedoras do cidadão-cliente. Organizações que recebem as queixas ou solicitações dos cidadãos, procuram envolvê-las em processos opacos e com uma limitadíssima capacidade de sucesso. Mas estas organizações fazem tudo para manter uma imagem moderna, paternalista e culpabilizante, do cidadão-cliente, aquele que é culpado de não ter emprego, de ter sido enganado, de não ter exigido os seus direitos como devia ser.
A democracia está sob ataque, e a linha desse ataque está muito avançada. Está na hora de responder com tudo o que temos e colocarmos todas as diferenças entre trabalhadores num segundo plano.

A rua é nossa… Sábado, 14h30, na estação de Metro Picoas (junto à PT), junta-te aos precários e à CGTP.


Ver: Quase 23 mil dos trabalhadores inscritos nos centros de emprego emigraram em 2010
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