Autarquias: 70% de novas admissões são com vínculo precário

Esta notícia, recentemente publicada no Jornal de Negócios, revela bem como as autarquias se estão a tornar em antros da precariedade. A fonte é a própria Direcção-Geral das Autarquias Locais – não se trata, portanto, de qualquer especulação radical: são os dados oficiais de uma triste realidade, que, alías, se projecta em várias áreas do Estado, onde há já bem mais de 100 mil precários e precárias sujeitos à barbaridade nas relações laborais, justamente onde é ela mais é mais vergonhosa. O Programa Novas Oportunidades, as Actividades de Enriquecimento Curricular e até, inacreditavelmente, a própria Autoridade para as Condições do Trabalho, são apenas alguns exemplos de instituições onde o próprio Estado usa e abusa ilegalmente das vidas precárias.

Autarquias: 70% dos novos trabalhadores entram com contratos precários
Raquel Martins


Mais de metade dos trabalhadores contratados pelas autarquias em 2007 estava numa situação precária. Dos 11.882 funcionários que entraram na Administração Local no ano passado, 70% tinha contrato a termo ou estava a recibos verdes e apenas 17% entrou para os quadros, revela a primeira caracterização dos recursos humanos dos municípios elaborada pela direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL).

No documento a que o Negócios teve acesso, fica claro que, na hora de admitir pessoal, as câmaras preferem recorrer aos contratos precários e ao pessoal mais qualificado, o que leva a que, a pouco e pouco, a estrutura do emprego na Administração Local comece a alterar-se e a renovar-se.

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