Baixar mais o subsídio de desemprego? Pergunte-me como!
O ministro Mota Soares espalhou entre os media que o objetivo da medida hoje apresentada seria permitir a quem está inscrito nos centros de emprego há pelo menos 3 meses acumular uma parte da prestação social com um qualquer rendimento do trabalho que arranjasse, se fosse inferior ao subsídio. Com isto o ministro não pensa nos desempregados, simplesmente na poupança que o seu ministério fará e que já inscreveu no Orçamento de Estado para 2015 que foi aprovado na passada semana.
Com esta medida, o governo tenta diminuir o tempo de duração dos subsídios de desemprego e o valor que paga aos desempregados. Repare-se que é permitida essa acumulação do subsídio e do salário, mesmo que o contrato de trabalho seja apenas de 3 a 12 meses. Ou seja, com o subsídio de desemprego, o ministro patrocina a precariedade dos trabalhadores.
O ministro “quer ir mais longe” e como “os contratos com duração inferior a 3 meses estão a aumentar” – lembremo-nos que ainda ontem o ministro torturava as estatísticas para dizer que a precariedade se tinha reduzido – agora os patrões vão poder usar o dinheiro do subsídio logo desde os 3 meses para fazer contratos precários e com baixos salários.
Até agora, apenas se permitia esta situação a quem já tinha 6 meses de subsídio de desemprego e, apesar disso, a adesão a esta medida foi insignificante, com menos de 320 pessoas a pedir este apoio em mais de um milhão de pessoas sem emprego.
No país das impunidades, o governo tenta puxar a corda de novo.
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