Bispo auxiliar de Lisboa preocupado com desemprego e precariedade

D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, declarou hoje, durante a homilia do Dia dos Reis, que as preocupações e as prioridades do país devem ser “os desempregados e as centenas de milhares que trabalham a recibos verdes”, falando ainda “nas empresas que injustamente não conseguem aceder ao crédito”. Estas palavras são proferidas precisamente no arranque do Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

A mensagem de D. Carlos Azevedo nomeou os “actores políticos”, avisando que há um sentimento de insegurança no futuro” e que, dada “a falta de confiança”, “não se antevêem melhores dias”. São palavras importantes e que saudamos.

No entanto, o Bispo Auxiliar de Lisboa não evitou a crítica aos sindicatos, que acusa de estarem “obcecados com as lutas e esquecidos do bem comum do país”, acusando-os de esquecer os mais frágeis, como os desempregados e os trabalhadores precários.

Esta última observação merece, no mínimo, comentário e alguma reflexão. Sabemos bem que a alteração das condições de quem trabalha depende totalmente da capacidade de organização dos próprios trabalhadores. Os Precários Inflexíveis só podem querer – como sempre o dissemos – uma maior, melhor e mais forte organização e capacidade de intervenção dos trabalhadores. Por isso não cedemos a nenhum discurso fácil, até porque os últimos tempos revelaram lutas importantes e combates que, se alguns apelidam de “corporativos”, nós consideramos essenciais e do interesse geral e do conjunto dos trabalhadores – a luta massiva dos professores ou, mais recentemente, a dos trabalhadores do comércio, são dois bons exemplos. E relembramos a importância das organizações de trabalhadores no confronto ao Código do Trabalho ou ao Código Contributivo – onde se desenham a legitimação da precariedade e até a precarização progressiva do conjunto das relações laborais -, mas também como os sectores mais combativos do sindicalismo têm – e bem – dado destaque à denúncia e combate ao desemprego e uma preocupação crescente com o avanço da precariedade.

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