Bolsas: FCT altera resultados no concurso de Sociologia

transferirA Associação Portuguesa de Sociologia (APS) e o júri das candidaturas às bolsas individuais de doutoramento e de pós doutoramento do concurso da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na área de Sociologia, escreveram cartas públicas ao presidente da FCT, Miguel Seabra, pedindo esclarecimentos urgentes sobre os resultados divulgados na semana passada.

A APS acusa a FCT de ter assegurado aos membros dos painéis de avaliação que seriam atribuídas, pelos menos, 10% das bolsas em relação ao número total de candidaturas apresentadas. No entanto, nas ciências sociais, esta percentagem ficou entre os 5 e os 7%, sendo que, no caso concreto da Sociologia, foram aprovadas 6,45% das bolsas de doutoramento e 7,89% das bolsas de pós doutoramento. Houve, segundo a Associação, “critérios institucionais, alheios aos avaliadores, que funcionaram no sentido da forte penalização para as ciências sociais”, o que levou a uma discriminação entre áreas científicas (o comunicado está disponível aqui).

No comunicado apresentado pelo júri do painel de Sociologia apresenta a mesma queixa que a APS em relação às proporções de aprovação das bolsas, e acrescentam um dado ainda mais grave, que a FCT alterou os resultados atribuídos pelo painel de jurados. Segundo afirmam, a acta assinada por todos os membros do painel contém resultados diferentes dos resultados oficiais publicados pela FCT (o comunicado pode ler-se aqui).

Este júri foi composto por Beatriz Padilla (coordenadora), Marzia Grassi, Manuel Gaspar Silva Lisboa, José Luís de Oliveira Garcia, Bárbara Maria Granés Gonçalves Backstrom, Manuel Carlos Ferreira da Silva, Luís António Vicente Baptista, José Luís Sanches Casanova, Carlos Manuel da Silva Gonçalves, Fernando Jorge Afonso Diogo, José Manuel de Oliveira Mendes e João Miguel Trancoso Vaz Teixeira Lopes (este último apresentou hoje a sua demissão, em consequência da situação).

Estas anomalias são mais um dado escandaloso num concurso que foi todo ele envolto em polémica. A transparência, o mérito e a igualdade de acesso, tão fanaticamente defendidos por Miguel Seabra ou pelo ministro Nuno Crato, estiveram longe, muito longe deste concurso. Um cargo público não pode ser desempenhado com a falta de rigor e de transparência com que o ministro do Ensino e Ciência e o presidente da FCT o têm feito. Para este senhores, a demissão é uma necessidade urgente.

mais aqui.

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather