Bruto da Costa (Presidente da Comissão Justiça e Paz): "Tributação dos rendimentos do capital, podia salvar o Estado Social"

Bruto da Costa
João Duque, professor catedrático, homem próximo do PSD e presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), afirma que a ruptura da Segurança Social é praticamente inevitável em 2028 e que o financiamento do sistema é inviável. Pelo contário, o presidente da Comissão Justiça e Paz, Bruto da Costa, revolta-se quando lhe apontam os seguros privados como a única saída para uma velhice digna. “Quando se diz que, além da Segurança Social, hoje cada um tem que poupar para ter um seguro privado, eu pergunto: porque é que em vez da poupança não há-de ser um aumento da contribuição para a Segurança Social?”.

A Segurança Social é um alvo muito apetecível para o capital e para os homens do poder em Portugal. Os fundos da Segurança Social “são cerca de 5.280 milhões de euros de um património total que no final do ano passado valia 9.600 milhões de euros, segundo dados avançados ao i pelo presidente do Instituto de Gestão do Fundo de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS).”  Em 2011, prevê-se que “a Segurança Social atinja um saldo positivo de cerca de 535,1 milhões de euros”.
  
Para João Duque, ideológo liberal de direita, a chantagem é a forma de diminuir a responsabilidade e a função da Segurança Social: “Podemos prolongar a vida activa das pessoas. Outra alternativa é as pessoas descontarem mais. E a terceira alternativa é cortar benefícios”. Afirma que “Individualmente, aquilo que devíamos fazer todos era poupar, poupar, poupar”. João Duque, apesar de professor catedrático, não saberá que o salário médio em Portugal ronda os 700€, e o mínimo nacional 485€.

Já o presidente da Comissão Justiça e Paz, Bruto da Costa, aponta com clareza o caminho de mais justiça social. Ampliar a base contributiva de quem tem mais, e financiar a Segurança Social de outras formas, nomeadamente “um alargamento do número de contribuintes e à tributação dos rendimentos do capital, podia salvar o Estado Social.”

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