Bruxelas quer salários mais baixos, FMI mais 3 mil milhões de cortes
Passos Coelho, Paulo Portas e Pires de Lima só podem estar muito tristes com as instituições da troika, pois pensavam que ninguém ia fazer mais declarações sobre austeridade adicional nos próximos meses. Mas há más notícias para a propaganda do “tudo está bué fixe” do Governo, a Comissão Europeia de Durão Barroso exige que os salários em Portugal desçam ainda mais 2% a 5% e o FMI vem dizer que isto só lá vai com mais cortes estruturais de 3 mil milhões de euros no pós-troika.
Ambas as instituições e mesmo a ministra das Finanças dizem que a austeridade se irá manter durante vários anos porque o crescimento não é sustentável e o endividamento externo está demasiado alto. Ou seja, para pagar a dívida, como na opinião do FMI e CE não é possível crescer sustentadamente, é preciso retirar mais verbas dos funcionários públicos, dos pensionistas, da escola pública e do serviço nacional de saúde. Traduzindo: despedir – como já afiançou Maria Luís Albuquerque.
Pelo caminho o FMI arrasa o “milagre económico” de Pires de Lima, dizendo que as exportações são insustentáveis. Paulo Portas veio ontem dizer que estavam no valor mais alto de sempre, 40%; mas o Fundo informa que o valor tem sobretudo que ver com a exportação de combustíveis refinados em Portugal e não com um aumento dos chamados bens transaccionáveis.
A propaganda vai toda por água abaixo e o Governo fica fora de pé insistindo com a austeridade num momento em que o Parlamento Europeu já aprovou um relatório que afirma que a troika destruiu a economia na Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre e que têm de existir medidas para reverter os cortes sociais aplicados.
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