Camiões da TNC rebocados do Campus da Justiça
Durante esta madrugada, a PSP rebocou os camiões da TNC que se encontravam, como forma de protesto, frente ao Campus da Justiça, no Parque das Nações. Esta operação pretendeu dar seguimento a uma mandato judicial de liquidação da empresa. Estranhamente, todas as declarações que o governo tinha feito em relação a este caso iam no sentido de garantir que estavam a ser ponderadas várias medidas para que essa liquidação não fosse executada. E esta manhã a contradição instalou-se, o Tribunal do Comércio decidiu contrariamente a este mandato judicial e decretou a suspensão da liquidação da empresa, marcando uma assembleia de credores para dia 5 de Dezembro.
Neste momento, e depois da acção concertada da PSP – que não só retirou os camiões e os trabalhadores do Campus da Justiça como não permitiu que estes entrassem nas instalações da empresa – o cenário é totalmente surreal. Foi executado um mandato judicial pela madrugada e na manhã seguinte foi emitido um despacho que o contradiz totalmente e que torna precipitada a intervenção da PSP.
Por seu lado, a Polícia, afirma que não tem conhecimento deste segundo despacho e que portanto apenas se baseia no anterior para a sua actuação. Luís Elias, da PSP declarou que desconhece “formalmente” qualquer “contra-ordem judicial que tenha sido emitida” mas que assim que a mesma for conhecida, “garantirá o cumprimento dessa ordem judicial”.
Da parte do governo, foi já transmitido à delegação que hoje se deslocou ao Ministério da Economia que o “poder político ficou surpreendido com a decisão [de rebocar os camisões da TNC do Campus da Justiça, em Lisboa], mas que não pode interferir no poder judicial e neste caso concreto, pois o seu âmbito é limitado”. Por seu turno, os trabalhadores, exigem que os camiões sejam devolvidos e que possam regressar ao Campus da Justiça para darem voz ao seu protesto.
Parece estar provado que esta operação da PSP foi um erro, mas parece também que não terão a total responsabilidade desta confusão gerada por mandatos judiciais contraditórios.
No meio disto tudo os trabalhadores são, novamente, os maiores prejudicados. Entre despachos, acções policiais e atitudes estranhas por parte do administrador da insolvência, nem lhes é permitido trabalhar, nem reivindicar e cooperar na solvência da empresa. Esperemos que este processo acalme e que para a TNC sejam encontradas saídas para que possa ser salva da liquidação, evitando despedimentos.
by