Candidato do PS à autarquia de Ponta Delgada junta-se à discussão sobre precariedade na autarquia
Já havia polémica. E sai agora reforçada a denúncia que recebemos sobre a existência de precariedade na autarquia de Ponta Delgada – veja-se a passagem do comentário que destacamos a negrito.
Mesmo em Agosto, a iniciativa Autarquia Sem Precários continua a agitar cada vez mais consciências.
Aqui fica então o comentário de Paulo Casaca:
“Caros amigos
Permitam que comece por me apresentar. O meu nome é Paulo Casaca e sou candidato à Presidência da Câmara Municipal de Ponta Delgada, e sou portanto parte interessada nesta questão.
Gostaria de felicitar o vosso movimento e a forma inovadora com que estão a realizar uma autêntica revolução silenciosa no nosso país, a de obrigarem as entidades públicas: a obedecer à lei. Pode parecer pouco mas é imenso, num país que tem uma tradição legal declamatória e onde não abunda o espírito de cidadania. Depois a forma arejada, moderna, inovadora com que fazem os vossos comentários parece-me também ser exemplar e digna de nota.
Em relação à situação do nosso município, penso, tal como vocês, que a verdade é um bem sem preço e que pior do que errar, é não se assumir que se erra. Não custaria nada à senhora Presidente da Câmara ter feito um comunicado do género:
“agradeço a vossa chamada de atenção, mas penso já ter resolvido a situação existente, e pela qual me comprometo não deixar que se repita. Se porventura há casos em que a situação não foi devidamente tratada, peço que me façam saber concretamente o que se passa a fim de poder analisar a situação.
Aproveito a oportunidade para vos felicitar pela vossa acção meritória que está a combater um dos maiores flagelos do nosso país a que, infelizmente, o município de Ponta Delgada não foi imune”
Para além de não fugir à verdade, a senhora Presidente estaria pelo menos a ser menos arrogante, mas parece-me que seria pedir demais para quem afirmou em comício que “ninguém pode apontar o dedo à Câmara Municipal de Ponta Delgada” noutra manifestação de arrogância e de pretensão de infalibilidade inaceitáveis.
Aliás o que mais me preocupa em toda esta história é que há vários cidadãos que já me manifestaram estas preocupações, mas nenhum se atreveu a fazer pública esta denúncia. Na verdade, ter medo de dizer a verdade, ter medo de reivindicar publicamente a aplicação da lei, num país democrático, parece-me inaceitável.
Aproveito a oportunidade para vos dizer que enquanto deputado ao Parlamento Europeu contratei várias pessoas para trabalhar comigo e, salvo o meu advogado, porque na verdade ele esteve em regime de profissão liberal, não utilizei recibos verdes para gerir as verbas que me tinham sido destinadas.
Desejo-vos os maiores sucessos, e deixo aqui um compromisso:
Comigo em Presidente, haverá:
1. Verdade;
2. Humanidade;
3. Respeito pela lei;
4. Humildade para reconhecer o erro.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Casaca”