Carta dos Precários Inflexíveis aos clientes do Call Center das Caldas da Rainha
Ver comunicado de imprensa do PI aqui e outras informações aqui.
Transcrição da carta enviada à RTP a título de exemplo:
“Lisboa, 15 Junho de 09
Exmos. Srs. Administradores da RTP,
Em Abril deste ano foi notícia que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha iria custear a expansão das instalações da ES Contact Center (empresa do grupo Espírito Santo).
Segundo dados oficiais da empresa, o seu volume de negócios foi de 12,8 milhões de euros em 2007, o que terá contribuído para ser distinguida nesse ano, pela própria Câmara Municipal das Caldas da Rainha, como “empresa do ano”.
Mesmo sendo uma “empresa em crescimento”, o Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, fez aprovar em assembleia municipal um investimento de 700 mil euros de dinheiros públicos, para acorrer à referida expansão da ES Contact Center.
Nas últimas semanas este caso ganhou ainda uma dimensão mais lancinante visto que, em declarações à Lusa, Pedro Champalimaud, administrador Delegado da Contact e Presidente da Associação Portuguesa de Contact Centers, garantiu que a ameaça de deslocalização, que havia sido referida como justificação para a necessidade de financiar a empresa através do Estado, nunca esteve em cima da mesa e Fernando Costa negou ter cedido a chantagens, afirmando que a Câmara Municipal já havia patrocinado a empresa aquando da sua instalação na cidade; o que torna este investimento público tanto mais bizarro.
Assim, vimos pedir à Administração da RTP que, como cliente dos serviços da ES Contact Center, se pronuncie quanto a esta vergonha, em que a autarquia utiliza dinheiros públicos para favorecer a exploração de trabalhadores/as precários e precárias que recebem perto do ordenado mínimo para que o grupo Espírito Santo possa manter os seus lucros anuais de milhões de euros.
Certos de que esta situação irá merecer a sua censura,
Subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos na expectativa da sua resposta célere,
Precários Inflexíveis”
by