Carvalho da Silva afirma que políticas actuais conduzem a maioria dos trabalhadores à precariedade

“As medidas que estão a ser adoptadas no plano laboral provocam – pode ser até ao fim da legislatura, se ela se mantiver, ou até antes – que mais de 50 por cento dos portugueses tenham contrato formalmente precário”. A afirmação é de Carvalho da Silva, que considerou que esta situação “é um desastre, é uma desestruturação e um retrocesso social e civilizacional violentíssimo”. O secretário-geral da CGTP, que falava ontem à noite em Coimbra no “Fórum Novas Ideias para a Esquerda” organizado pelo Bloco de Esquerda, considerou ainda que a proposta do Governo para o fundo de compensação dos despedimentos (que divulgámos aqui) é “miserável, é uma manipulação muito grande, e um instrumento de uma linha que está definida, que é eliminar, num prazo muito curto, aquilo que até hoje tínhamos de protecção contra o despedimento sem justa causa”.

Já na passada 5ª feira, a CGTP aprovou e divulgou um documento com as suas reivindicações para 2012 (disponível aqui). Além de manter a exigência imediata pelo aumento do Salário Mínimo Nacioanal, que tarda em atingir os prometidos €500 previstos para este ano, a central sindical destaca a exigência de aumentos salariais em 4% – proposta justificada com o valor da inflação previsto, a penalização fiscal sobre os rendimentos do trabalho e a degradação dos salários ao longo dos últimos anos. Importante ainda é a defesa da “redução progressiva do horário de trabalho, para as 35 horas, sem perda salarial, para incentivar a criação de emprego e combater o desemprego”. O aumento das pensões e o combate à fraude e evasão fiscal e contributiva, bem como a taxação das operações financeiras para os paraísos fiscais, são outras propostas principais do documento.

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