Castigar os desempregados, por Paul Krugman
Destacamos aqui um interessante e importante artigo de Paul Krugman Professor de Economia e Assuntos Internacionais nos Estados Unidos, que em 2008 recebeu o Prémio Nobel da Economia. Grande crítico sobre as políticas de austeridade que estão a ser feitas por toda a Europa, neste artigo de opinião Krugman refere-se ao subsídio de desemprego e sobre a questão dos desempregados. Destacamos as seguintes expressões:
“Ainda há quem tenha a ideia de que os desempregados o são por opção, para poderem viver sem trabalhar. Quem o diz já não é impiedoso, é verdadeiramente estúpido.”
“Será que os subsídios de desemprego reduzem o incentivo para se procurar trabalho? Sim: os trabalhadores que recebem subsídio não estão tão desesperados como os que não o recebem e é provável que sejam ligeiramente mais selectivos quanto ao tipo de trabalho que se dispõem a aceitar. A palavra-chave aqui é “ligeiramente”. As recentes investigações económicas indicam que o efeito dos subsídios de desemprego no comportamento dos trabalhadores é muito inferior ao que se pensava. Seja como for, é um efeito bem real quando a economia está de boa saúde”.
“No entanto, na situação actual é um efeito completamente irrelevante. Quando a economia está florescente e a falta de trabalhadores com vontade de trabalhar é uma limitação ao crescimento, a existência de subsídios de desemprego generosos pode manter a taxa de emprego mais baixa do que seria sem eles. Contudo, como poderá ter notado, a economia agora não está a florescer: repito que há cinco desempregados para cada vaga. Cortar os subsídios aos desempregados pode deixá-los mais desesperados por procurar trabalho, mas é impossível encontrarem empregos que não existem.”
“Uma das principais razões pelas quais neste momento não há empregos suficientes é a baixa procura por parte dos consumidores. Ajudar os desempregados pondo dinheiro no bolso de quem precisa muito dele ajuda a promover a despesa dos consumidores.”
“Contudo, a prorrogação dos subsídios de desemprego não irá agravar o défice orçamental? Sim, um pouco. No entanto, como eu e outras pessoas temos defendido repetidamente, poupar alguns tostões num ambiente de economia gravemente deprimida não é maneira de lidar com problemas orçamentais de longo prazo. E contar tostões à custa dos desempregados não mostra apenas desorientação, engano ou erro; é cruel.”
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