CGTP-IN lança documento de análise que aponta alternativas às políticas da Troika

Sublinhamos aqui alguns dados concretos divulgados neste documento da CGTP que contrariam parte dos argumentos que sustentam as actuais escolhas políticas que afectam salários e direitos dos trabalhadores:
- os consumos intermédios (serviços externos e matérias consumidas) representam 65% da totalidade das despesas das empresas, enquanto as remunerações aos trabalhadores representam apenas 18%. Assim, cai por terra o argumento de que a falta de competitividade das empresas deve-se à elevada remuneração dos trabalhadores.
- as contribuições sociais pagas pelas empresas representam em média apenas 5% dos custos totais das mesmas. Por outro lado o peso das despesas sociais das empresas sobre os salários dos trabalhadores, que em Portugal representa 20%, não é superior ao de outros países – Espanha 26,6%; França 30%; Reino Unido 19,8%; Alemanha 23,2%. Também aqui se vê que os salários e os direitos dos trabalhadores portugueses não poderão ser a causa de qualquer falta de competitividade, assim como as contribuições para a segurança social prestadas pelas empresas.
Intensifica-se a ofensiva aos salários de forma directa (ex: corte de 50% do “subsídio de natal”*) mas também de forma indirecta (ex: privatização da EDP, CP, etc.) ao mesmo tempo que se descapitaliza a Segurança Social e se privatizam os seus serviços. É a vida da totalidade dos trabalhadores e trabalhadoras que está em check para benefício dos interesses do sector financeiro. É por isso urgente dar a volta a este discurso falacioso e defender um sistema justo de contribuições e utilização de fundos da Segurança Social. Os Precários Inflexíveis continuarão a contribuir para este combate com a campanha Segurança Social: Direitos e Contribuições
* com aspas porque na verdade trata-se de uma tributação sobre a totalidade dos rendimentos, pois até os falsos recibos verdes – que não têm 13º nem 14º mês – serão penalizados
Documento lançado pela CGTP
Notícia do JN






