Chipre: "não" no Parlamento e nas ruas, Eurogrupo insiste com plano de resgate

pb-130318-cyprus-02.photoblog900Nem um só dos 55 deputados e deputadas do Parlamento do Chipre votou a favor dos termos do resgate financeiro que a troika impôs, nomeadamente a taxa sobre depósitos. A crise levantada e as manifestações na rua levaram o ministro das finanças a apresentar a demissão, mas o Primeiro-ministro não a aceitou. Agora os ministros das finanças e da energia voaram até à Rússia para negociar com a Gazprom (gigante da produção e distribuição de gás) um bailout.

O episódio cipriota mostra apenas o ridículo e a falta de orientação do Eurogrupo, do BCE e do FMI, pois todas estas entidades obrigaram o Governo do Chipre a aceitar um imposto que iria apenas buscar 6 mil milhões de euros aos depositantes mas que lançou dúvidas sobre a segurança dos depósitos na zona euro. A questão do Chipre resolvia-se com apenas 16 mil milhões de euros, mas o centro de decisão alemão impôs uma punição ao povo, sempre com a mesma óptica: andaram a viver acima das possibilidades.

Vítor Gaspar, que por cá disse ser impensável semelhante taxa, votou a favor deste confisco na reunião do Eurogrupo. Quando se fala de que outras soluções poderia haver para a crise europeia, se calhar a mais simples seria a solidariedade entre os governos de Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Irlanda e Chipre. Mas não, infelizmente essa solidariedade não existe e ainda hoje o Presidente do Eurogrupo lamentou a decisão do povo e do Parlamento cipriota.

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