Comunicado da REDE sobre a não abertura de concursos anuais e pontuais
Repudiamos o anúncio da não abertura de concursos de apoios anuais e pontuais para o ano de 2012.
Repudiamos termos tomado conhecimento deste facto pela comunicação social e não através de uma resposta oficial da Direcção-Geral das Artes à solicitação de audiência e esclarecimento enviada pela REDE no mês de Janeiro, ou por via de um comunicado oficial deste organismo que esclareça inequivocamente a razão desta decisão.
Repudiamos a utilização falaciosa da justificação de que o corte de 38% às estruturas com apoio bienal e quadrienal permitiria a criação de uma folga financeira com vista à abertura dos concursos para apoios anuais e pontuais, caso se mantenha esta decisão.
Repudiamos a sabotagem do desenvolvimento das estruturas apoiadas anualmente nos anos transactos, atingido por via de uma planificação temporal alargada e de maior continuidade.
Repudiamos a erradicação da possibilidade de trabalho desenvolvido exteriormente aos planos de actividade das estruturas apoiadas bienal e quadrienalmente, nomeadamente dos artistas independentes e emergentes, e o concomitante desinvestimento na renovação do tecido artístico e profissional.
Repudiamos o anúncio tardio da medida, acentuando os danos já sofridos na prossecução do trabalho dos agentes culturais e dos projectos artísticos, impossibilitando a atempada adequação à nova realidade e a sua sustentabilidade.
Repudiamos que a Direcção-Geral das Artes se torne o instrumento do Governo de Portugal para a drástica diminuição de oferta cultural, para a exiguidade de condições de empregabilidade no sector artístico, para a exortação à emigração dos profissionais qualificados da área cultural.
Em suma, enjeitamos a progressiva erradicação das artes vivas contemporâneas que o Governo de Portugal preconiza por via das sucessivas medidas tomadas por esta Direcção-Geral das Artes.
Reiteramos o apelo para a realização de uma reunião de auscultação do impacto do corte de 100% na actividade das estruturas anteriormente apoiadas pelo prazo de um ano, assim como com criadores independentes. A exemplo das reuniões promovidas com as estruturas apoiadas bienal e quadrienalmente, é desejável que estes possam também discutir e reflectir de forma aprofundada e concertadamente com o Director-Geral das Artes políticas sectoriais que impeçam a aniquilação da sua actividade.
Estruturas associadas : A Menina dos Meus Olhos (Lisboa) | Alkantara (Lisboa) | Ballet Contemporâneo do Norte (Santa Maria da Feira) | Balleteatro (Porto) | Bomba Suicida (Lisboa) | Casa Branca (Lagos) | Circular (Vila do Conde ) | Companhia Clara Andermatt (Lisboa) | Companhia Instável (Porto) | Dançando com a Diferença (Funchal) | Devir / Capa (Faro) | Dupla Cena (Lisboa) | EIRA ( Lisboa) | Forum Dança (Lisboa) | Fábrica de Movimentos (Porto) | Jangada de Pedra (Parede) | Materiais Diversos (Lisboa) | Máquina Agradável (Lisboa) | Núcleo de Experimentação Coreográfica (Porto) | Ninho de Víboras (Almada) | O Rumo do Fumo (Lisboa) | RE.AL (Lisboa) | Teatro do Bolhão (Porto) | Vo’Arte (Lisboa) | ZDB – Negócio (Lisboa) | ZUT! (Lisboa)
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