Concentrações contra os despedimentos na Controlinveste denunciam ataque à democracia

As concentrações contra a intenção da Controlinveste avançar com o despedimento de cerca de 140 profissionais realizadas ontem, 2ª feira, em Lisboa e no Porto, juntaram várias dezenas de jornalistas, activistas e representantes de várias organizações. O protesto deu voz, mais uma vez, à indignação e total oposição a este despedimento colectivo de grande dimensão e que afecta gravemente vários órgãos de informação. Os jornalistas alertam para o facto de estar em causa o direito à informação e o pluralismo, num verdadeiro “ataque à democracia”.

controlinveste

Esta foi mais uma acção de protesto, em que ficou claro que o ataque aos jornalistas não é apenas uma questão que importa a estes profissionais. Na acção, além dos e das jornalistas e do sindicato, estiveram presentes activistas, os dirigentes das duas centrais sindicais e deputados dos grupos parlamentares do PCP, Bloco de Esquerda e Verdes. Nas últimas semanas têm-se seguido reacções contra este despedimento, desde acções de protesto ao Manifesto “Vamos a isto que se faz tarde”, juntando profissionais que querem agir contra a precariedade, pelos direitos laborais e pelo interesse público. Na próxima 6ª feira, 11 de Julho, está agendada uma greve de jornalistas (ver pré-aviso aqui).

Caso o grupo Controlinveste venha a concretizar o seu plano, este será o maior despedimento colectivo na comunicação social, amputando seriamente a diversidade e a qualidade da informação. Esta decisão revela como o interesse puramente privado, sem critério que não seja o resultado económico, coloca em causa o interesse público. O direito à informação e a liberdade de imprensa são bases da democracia.

Os poucos grupos económicos que concentram em meia dúzia de mãos os órgãos de comunicação social podem, desta maneira, dispor e maltratar este direito elementar. É esta a razão, são estes grupos económicos, que vêm, ao longo dos últimos anos, degradando este bem público e desrespeitando os seus profissionais. A precariedade generalizada no jornalismo, os baixos salários e os falsos recibos verdes, os estágios sem direitos e os despedimentos: tudo coisas que se tornaram banais nas redacções e que não são compatíveis com uma imprensa livre, que possa proporcionar um verdadeiro exercício do direito social à informação.

Noticias, por exemplo, aquiaqui ou aqui.

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