Criminalização do protesto – a resposta é marcar posição!
Tem vindo ultimamente a público bastante informação que prova a presença de agentes provocadores da polícia nas manifestações de contestação às medidas de austeridade. Contrariamente às declarações do Ministro da Administração Interna no dia da Greve Geral, a presença de polícias à paisana do lado dos manifestantes a incitar à violência é absolutamente clara em fotos e filmes amadores recolhidos nas manifestações. Exigem-se explicações e responsabilização.
O mais recente vídeo divulgado mostra imagens da manifestação de 15 de Outubro, em que agentes provocadores chamam os polícias fardados de fascistas e abanam as grades no início da escadaria. Minutos depois encontram-se com outros polícias a tentar retirar um manifestante de cima da escada. Mais tarde detiveram o manifestante.
Entretanto, após as declarações do Ministro Miguel Macedo em que o mesmo desmentia categoricamente a presença de polícias infiltrados na manifestação à Antena 1, o Director Nacional da PSP, Guedes da Silva, inverte a responsabilização pelos eventos e vem a público afirmar que haverá dura repressão sobre a contestação social.
É importante perceber todos os sinais que são dados. Após estes gravíssimos incidentes, em que se desenrolam acções ilegais com o aval do Governo, toda a atenção do Ministério voltou-se para os ciber-ataques realizados contra várias estruturas governamentais. Não houve ainda posições públicas sobre estes eventos, excepto atabalhoadas tentativas de justificar o que não tem justificação. A cobertura mediática pauta-se na generalidade pelo banal e pelo foco em questões paralelas. As consequências políticas da subversão do Estado de Direito e da tentativa de criminalização da actividade política organizada ainda não se fizeram sentir. Mas já há muitas vozes a reclamar a reposição da verdade – aqui, aqui, aqui.
Urge responder com decisão, manter a força nas ruas, não temer a injustiça, defender a dignidade e os direitos. Fazer o que é correcto. Marcar posição. Dia 21 de Janeiro lá estaremos!
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