Crise: Precários em Saldos

Excerto de notícia do Jornal Público:
« O desemprego no sector do turismo está a agravar-se em todas as regiões do país, sobretudo no Algarve, alertou a Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) »
(…)
« Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria e Restaurantes do Centro, citado pela Lusa, a pequena e média restauração da região tem diminuído os quadros de pessoal entre 20 a 30 por cento. A quebra é igual no recurso a trabalho sazonal na hotelaria, sendo mais evidente no litoral »
« “Fizemos uma ronda em unidades da região e a maior parte está com uma boa ocupação (a hotelaria) e um bom movimento (a restauração). A crise, notando-se e provocando um decréscimo de 10 a 15 por cento, não é factor que possa levar à reestruturação das empresas e ao aumento dos ritmos de trabalho”, defendeu António Baião, presidente do sindicato. O argumento da recessão está, acrescenta, a ser aproveitado “de forma habilidosa para retirar direitos aos trabalhadores e fazer despedimentos” »
(…)
Já todos conhecemos os argumentos da crise… Estes têm servido de desculpa para submeter os trabalhadores às maiores atrocidades, uma verdadeira promoção da precariedade, desde o despedimento à “inevitabilidade” dos contratos a prazo e dos recibos verdes, passando pelos layoff’s entre outros inimaginaveis jogos de poder que enfraquecem sempre a parte mais fraca – os trabalhadores. Os grandes patrões criam a sua própria crise, o sistema de engorda das suas fortunas endoece e nesse momento lá estão os precários trabalhadores, que para além de serem os obreiros de toda a mais valia gerada, representam também um verdadeiro exército – “carne para canhão” – que compõe as linhas da frente do sistema imunitário das grandes fortunas. Uma dupla exploração.
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